terça-feira, 25 de janeiro de 2011

MENSAGEM BÍBLICA


2011, O ANO DO ENCONTRO
Êx 19:1-25
*Pr. Edivaldo Rocha

            Geralmente marcamos nossas vidas pelo ponteiro do relógio e pelas datas do calendário. Medimos nosso trabalho por horas, alimentamo-nos em horários determinados, festejamos de acordo com a data do calendário, medimos aspectos subjetivos da existência humana pela idade (temos a presunção de dizer que uma pessoa está madura para vida aos dezoito anos de idade, então decretamos sua independência legal, esquecendo que maturidade não está condicionada ao tempo de vida e sim a experiência vivida e assimilada ao longo dos anos), até os cultos estão condicionados aos dias e horas pré-estabelecidos.
A nossa finitude faz com que nos apeguemos ao tempo cronológico de tal modo que se abolissem os marcadores de tempo, dificilmente nos adaptaríamos.
Estamos tão habituados ao condicionamento temporal que até mesmo nossos sonhos e planos são enquadrados em datas. Talvez seja por isso que ao final de cada ano, muitas pessoas se sintam frustradas por não terem alcançado o objetivo dos planos arquitetados e dizem que passou mais um ano e nada de novo aconteceu.
Para essas pessoas que terminam o ano frustradas por não terem alcançado seus objetivos por mais um ano, permitam-me antecipar uma passagem bíblica confortadora: Ec 3:1-8 diz que há um tempo determinado para cada coisa aqui na terra, porém esse tempo não está condicionado ao tempo cronológico, mas a um tempo de Deus. Logo, se o Senhor prometeu algo para sua vida e terminou mais um ano e isso ainda não se concretizou, não temam, pois Deus está no controle de nossas vidas.
A cada final de ano repetimos um ciclo de avaliação do ano que se passou e de programação do ano que se inicia. É comum nesse período visualizarmos os planos que fizemos no ano anterior e quais deles foram executados e quais deles obtiveram resultados satisfatórios. Mal concluímos um ano e já pensamos no final do próximo: “como será o final de 2011?”
Não há nada de errado em projetar o futuro, pelo contrário, é até aconselhável que isso aconteça, mas quero chamar a atenção de vocês para um detalhe que muitas vezes esquecemos-nos de projetar: a nossa vida espiritual. Se pudéssemos dividir a nossa vida e “sub-vidas” (ou áreas) para melhor planejá-la, diríamos que temos:
·         Uma vida financeira:
·         Uma vida profissional;
·         Uma vida social;
·         Uma vida familiar;
·         Uma vida emocional ou sentimental;
·         E uma vida espiritual.

Lamentavelmente, projetamos várias áreas de nessas vidas e desconsideramos a nossa vida espiritual. Projetamos o que iremos gastar ou poupar; qual o rumo de nossa carreira, onde iremos trabalhar; com quem nos relacionaremos socialmente; o que será dos filhos, onde estudarão, que curso farão; do ponto de vista emocional projetamos deixar de sofrer (quando é o caso), quem namoraremos, com quem casaremos; mas dificilmente projetamos a nossa espiritualidade.
Sabem por que isso acontece? Porque achamos que ela já está completa e plenamente desenvolvida. Provavelmente quem pensou assim foi a igreja da cidade de Filipos, pois em carta aos filipenses, o apostolo Paulo disse e alertou o seguinte, no que diz respeito a sua espiritualidade:
“12Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. 16Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos” (Fl 3:12-16).”
Enquanto estamos aqui, nesse plano temporal, é imprescindível não descuidarmos de nossa espiritualidade e de nossa fé.
Irmãos, quando nos lembramos de anos passados, recordamos de pessoas que outrora estavam conosco e que hoje não estão mais. Uns estão na glória do Senhor, mas outros estão no mundo e dentre os muitos fatores que os levaram a sair da igreja está a falta de programação da vida espiritual. Quem não considera esse aspecto, diante das dificuldades, dos escândalos, das perseguições e ciladas do inimigo, cairá.
A vida espiritual não é diferente de qualquer outra área de nossas vidas: se não planejarmos o que faremos com nossos recursos financeiros, corremos o risco de nos endividarmos; se não cuidarmos do nosso futuro profissional, corremos o risco de ficarmos desempregados ou insatisfeitos com nossos empregos; se não cuidarmos das nossas famílias, envolvendo-a em um plano de amadurecimento, divisão de tarefas, responsabilização gradativa pelas coisas da própria família, corremos o risco perdermos os filhos para as drogas, etc.; se os namorados e os noivos não fizerem planos, nunca casarão.
Não é diferente com a vida espiritual. Se nós não avançarmos na leitura da Bíblia, na oração, na comunhão, no louvor, na solidariedade, nós vamos nos enfraquecer e morrer espiritualmente.
Dentre os escritores do Novo Testamento, Paulo foi considerado o mais erudito. Mesmo assim ele disse que ainda precisava caminhar mais, precisava conhecer mais, precisava se entregar mais, a fim de alcançar a coroa da salvação.

Estamos a poucos minutos de 2011, você já começou a pensar o que você fará com sua vida do ponto de vista espiritual?
O Antigo Testamento nos mostra uma narrativa que descreve o interesse do povo em se aproximar mais do seu Deus. No livro do Êxodo, capítulo dezenove, Deus marca um encontro com seu povo.
Moisés era o líder do povo. Deus falava diretamente com ele. Mas isso não era o que Deus queria. Deus queria muito mais. Deus queria falar a cada coração. Deus não quer só falar ao coração do Pastor, do musicista, dos lideres, para depois falar ao coração da igreja. Ele quer falar com cada um aqui presente. Tem coisas que ele não quer dizer para mim. Tem coisas que Deus quer falar diretamente com vocês. Tem bênçãos que ele quer entregar diretamente em suas mãos. Para isso, é preciso comparecer ao local do encontro.
É disso que fala a passagem do capítulo dezenove de Êxodo, pois no capítulo vinte, Deus entregou os Dez Mandamentos ao povo.
Para esse encontro havia algumas etapas a serem cumpridas. Duas delas estão descritas no verso 10:
“Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles as suas vestes”.

·         PURIFICAÇÃO
A purificação diz respeito ao processo interior de libertação e rejeição dos sentimentos da carne. A purificação é a limpeza da alma. Como que se limpa a alma? Com oração, com leitura, com meditação, com arrependimento de pecados.
·         LAVAGEM DAS VESTES
Lavar as vestes diz respeito ao processo exterior. Se a purificação promove a limpeza daquilo que a pessoa é por dentro, a lavagem das vestes promove a limpeza daquilo que somos por fora. Vocês já ouviram aquela expressão “lavar a roupa suja”? Sempre que a proferimos, é nos sentido de conflito de uma pessoa com outra. E nesse aspecto também podemos afirma, simbolicamente, que a lavagem das vestes representa a resolução dos conflitos que temos com os outros. Como é que se lava roupa suja? Com água, com sabão, com esforço. Percebam que Deus não disse, “batam só o pó das roupas”. Ele disse “lavem as vossas vestes” – chega de empurrar a sujeira para baixo do tapete. Esse é o segundo passo.
·         PUSERAM-SE AO PÉ DO MONTE DE DEUS
O terceiro passo está descrito no verso dezessete de Êxodo 19:
“Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.”
            O terceiro passo é ir ao encontro de Deus. Percebam que essa passagem fala que o povo se purificou; o povo lavou suas vestes (que simbolicamente representa a resolução de seus conflitos), mas era necessário mais um passo: COMPARECER NO LOCAL DO ENCONTRO.

            Meus queridos irmãos, há muitos crentes que estão enfraquecendo na fé, porque acham que podem ter uma vida espiritual equilibrada dando apenas os dois primeiros passos, ou às vezes só um deles.
            Notem que não era só a purificação, ou só a resolução dos conflitos, tampouco a presença no local do encontro, mas essas três ações em conjunto é que fizeram e fazem, ainda hoje, toda a diferença.
Como se chega ao local de encontro com Deus? Primeiro e sabendo onde é esse local, segundo é dispondo-se a ir, pois ninguém chega na igreja se não estiver disposto a caminhar um passo após o outro; e terceiro é estabelecendo a prioridade de querer estar no local e hora marcada (quem não desliga a TV, não chega a tempo no local do encontro).
            O verso 14 mostra que povo cumpriu as etapas do planejamento do encontro e Deus falou poderosamente ao coração de todo povo.
Que em nosso planejamento de 2011, o aspecto espiritual de nossa existência seja o primeiro a ser cogitado, sabendo que quando buscamos o Reino de Deus e sua Justiça, as demais coisas nos são acrescentadas (Mt 6:33).
FELIZ 2011 COM JESUS NO CORAÇÃO!
           
           


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