quinta-feira, 21 de agosto de 2014

FRAQUEZAS, QUEM NÃO AS TEM?

Como pastor, sempre me interessei pelo comportamento cristão. Tenho muitas histórias e testemunhos de cristãos verdadeiramente piedosos que mesmo sendo imperfeitos, procuravam e procuram fazer a vontade do Senhor custe o que custar. Porém, quantas vezes não fiquei estarrecido (e até envergonhado) com certos membros de igrejas que manifestam comportamentos que destoam drasticamente do que preconizam as Escrituras? Não me coloco neste momento como alguém que julga tais comportamentos, mas como alguém que os analisa e tenta encontrar uma razão para tal fenômeno acontecer. Então nesta tarefa cheguei à conclusão que tais comportamentos são originados em nossas fraquezas.
            Desonestidade, avareza, incredulidade, rancor, falta de amor, falta de paciência, cobiça, gula, desejos carnais, preguiça, truculência, etc. O fato é que todos nós temos uma ou mais fraquezas que se não observadas com seriedade comprometerão nossa postura cristã diante do mundo. Precisamos lembrar que nosso testemunho diante das pessoas é algo irrevogável desde o momento em que aceitamos seguir a Cristo (At 1:8). Mas antes do testemunho, o que na verdade mais me preocupa em relação às fraquezas que temos é como as apresentamos diante de Deus.
            De maneira genérica podemos colocar nossas fraquezas diante do Senhor de duas maneiras: como algo que gostaríamos que fosse trabalhado pelo Espírito ou como algo que nos justifica quando erramos.
            Se usamos nossas fraquezas para justificar nossas falhas e falta de caráter cristão, corremos o risco de não queremos superá-las para sempre ter algo com que nos “justificar” diante de Deus. Por outro lado, quando reconhecemos que as fraquezas que temos são elementos que ainda precisam ser trabalhados pelo Espírito Santo em nossas vidas, caminhamos na direção de superá-las para a glória de Deus Pai em Cristo Jesus.

            O que precisamos entender é que as fraquezas não são o que nos define como cristãos. O que nos define como cristãos é a ação contínua do Espírito de Deus moldando, corrigindo, reformulando, reconfigurando o nosso caráter e a nossa personalidade. Talvez seja por essa razão que o apóstolo Paulo disse que o “Espírito nos ajuda em nossas fraquezas” (Rm 8:26).

*Pr. Edivaldo Rocha

INIMIGOS DECLARADOS


Temos por lutas passado, umas temíveis, cruéis; Mas o Senhor tem livrado delas seus servos fiéis. Força e poder nos tem dado; Ele nos tem sustentado, Dando-nos sua mão, vida de paz, perdão, salvação!
Sim, Deus é por nós! Quem nos vencerá? Dar-nos-à poder real; Deus nos guardará. Defender-nos-á, livrará do mal; Vamos, irmãos, cantar, Nosso Senhor louvar, exaltar!” (454cc)

A primeira estrofe e estribilho do hino 454 do Cantor Cristão nos dão um breve panorama da vida cristã quando afirma que passamos por constantes lutas. Mas não só isso, esses versos também nos declaram que Deus está sempre ao nosso lado.
A inspiração do compositor teve como base o capítulo oito da carta de Paulo aos Romanos, do qual destacamos, nesta ocasião, apenas a segunda parte do verso 31 que diz: Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
É certo que essa passagem nos inspira a confiar sempre na provisão de Deus. Porém, muitos a tem usado como se pelo fato de Deus estar conosco, ninguém teria coragem de vir contra nós. Isso é um equívoco.
O trecho que narra “quem será contra nós?” não quer dizer que não teremos inimigos por estarmos com Deus, mas que com Deus, temos a certeza da vitória.
E quem será contra nós? A resposta é fácil: todos aqueles que também são contra Deus. E entre esses, podemos contar os inimigos declarados deste mundo corrupto e todas as potestades do mal, conforme o verso12 de Efésios 6 nos previne: “pois não é contra pessoas de carne e sangue que temos de lutar, mas sim contra principados e poderios, contra os príncipes deste mundo de trevas, contra os exércitos espirituais da maldade nas regiões celestiais”.
Diante de tudo isso, não temos como deixar de constatar que o crente precisa estar alerta aos perigos que o cercam, pois os inimigos estão à espreita e isso é uma certeza. Contudo, nós dispomos de uma certeza ainda maior: Deus é por nós e com ele seremos mais que vencedores!

Pr. Edivaldo Rocha

domingo, 17 de agosto de 2014

SANTIFICAÇÃO

*Pr. Edivaldo Rocha
Santificação é o processo contínuo e sempre crescente que acontece na vida do crente desde o momento da conversão até a consumação dos seus dias aqui na terra. Em outras palavras, é o período intermediário entre a conversão e a consumação da salvação na vida daquele que um dia aceitou a Cristo Jesus como seu salvador.
            A palavra Santo designa duas coisas básicas: a primeira é uma vida piedosa; e a segunda diz respeito a uma vida separada. Santo é aquele que foi separado por Deus para viver uma vida piedosa. E quando pensamos desta maneira, não temos como deixar de refletir que o cristão foi feito santo não porque vive uma vida sem pecados, mas porque vive a sua vida para a glória de Deus.
            É essa noção que deve permear toda a nossa existência, pois quando deixamos de considerar a santidade necessária a todo aquele que é nascido de Deus, começamos a relativizar os valores e princípios divinos e a comprometer a saúde espiritual do nosso corpo.

Por outro lado, quando nos entregamos verdadeiramente a Deus, entendemos que ser santo (ou seja, ser piedoso e separado) é pré-requisito para uma comunhão com Deus. As Escrituras nos atestam isso quando destaca: “porque o SENHOR, teu Deus, anda no meio do teu acampamento, [...] por isso, teu acampamento será santo, para que ele não veja coisa impura em ti e se afaste de ti” Dt 23:14. Na carta aos Hebreus 12:14, temos a seguinte recomendação: “Procurai viver em paz com todos e em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Se pretendermos nos encontrar com o Senhor em nosso caminhar diário e se almejamos que ele venha nos resgatar no dia do juízo, santidade é algo deve ser evidente em nossas vidas.
Sei que hoje a igreja de Cristo vive uma crise de valores e princípios nunca vista antes. E é em meio a essa crise que os verdadeiros adoradores de Deus precisam se destacar. É em meio a essa crise de consciência cristã que os verdadeiros servos de Jesus precisam mostrar para que estão aqui. Não somos a favor de fanatismos ou comportamentos e práticas que beiram à insanidade. Mas somos defensores de uma postura verdadeiramente cristã pautada na Palavra de Deus e que se reflete em vidas consagradas ao Senhor.

Em nossos dias, talvez, alguns dirão que o termo santidade está fora de contexto; está fora de moda; não se aplica aos padrões da “igreja moderna”. Talvez alguns possam até dizer que esse negócio de santidade é coisa de antigamente; é coisa de outras gerações que se empenhavam em reprimir a liberdade dos mais jovens. Creio que muitos poderão chamar nosso discurso de antiquado; de quadrado. Contudo, continuo preferindo voltar os meus olhos para o que diz a Palavra: e ela continua a afirmar que “sem santidade, ninguém verá ao Senhor” Hb 12:14b.