terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ANIVERSÁRIO DASHB DA IGREJA BATISTA EM COMPORTAS


CRISTO ACIMA DE TUDO (2° DIA)
*Pr. Edivaldo Rocha
Ontem falamos acerca do Cristocetrismo necessário a toda mensagem cristã. Ou seja, Jesus deve ser o centro de nossas vidas e das nossas ações, pois em nenhum outro há salvação.
Percorremos também uma descrição resumida da vida do apóstolo Pedro, desde o momento em que se reunia com Jesus na celebração do que ficou conhecido como a Última Ceia. Pedro aprendeu que ele não conseguiria salvar a sua vida por conta própria, pois o que o homem pode oferecer ao outro homem é no máximo uma ajuda, mas a Salvação está apenas em Cristo Jesus.
Hoje quero convidá-los a refletirem comigo acerca do momento do julgamento, o qual Pedro e João foram submetidos. Para tanto, abram sua Bíblias em At. 4:5-22:
No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos e os escribas 6com o sumo sacerdote Anás, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote; 7e, pondo-os perante eles, os argüiram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? 8Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos, 9visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, 10tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós. 11Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. 12E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. 13Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus. 14Vendo com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário. 15E, mandando-os sair do Sinédrio, consultavam entre si, 16dizendo: Que faremos com estes homens? Pois, na verdade, é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos negar; 17mas, para que não haja maior divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja. 18Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. 19Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; 20pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. 21Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram, não tendo achado como os castigar, por causa do povo, porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera. 22Ora, tinha mais de quarenta anos aquele em quem se operara essa cura milagrosa.”

O primeiro detalhe a ser observado nessa passagem era a composição do Sinédrio. Basicamente era formado pela cúpula dos sacerdotes do judaísmo – os lideres mais eminentes dos judeus organizaram um tribunal religioso.
Dando início à sessão, os responsáveis pelo interrogatório questionaram em nome de quem ou com que poder, eles realizaram aquele feito, que levou as pessoas a ficarem eufóricas. Nós não temos como precisar quanto tempo exatamente se deu desde o último tumulto que gerou um outro julgamento polêmico. Falo do julgamento de Jesus. O que podemos calcular, por alto, é que da crucificação para a festa do Pentecostes temos um intervalo de cinquenta dias. A morte de Estevão data do ano 36aD, então podemos localizar esse evento, datando no máximo de três anos depois da crucificação e no mínimo dois meses. Quero dizer que este julgamento ocorreu depois de sessenta dias da morte de Cristo e antes do terceiro ano da formação da igreja.
 É claro que muita coisa aconteceu até o dia em que Pedro e João foram ao templo e realizam, em nome de Jesus, um grande milagre. Podemos concluir que se passou um tempo razoável desde a crucificação. De qualquer forma, não foi tempo suficiente para apagar a lembrança do julgamento de Jesus e sua punição. Hoje, quase dois mil anos depois, ainda lembramos.
Ao que parece, é um julgamento que está respeitando as regras legais, exceto por um detalhe: qual crime os discípulos cometeram para serem julgados?
Independente de culpa ou não, Pedro, CHEIO DO ESPÍRITO, recebe o direito de falar em sua defesa e a partir do verso nove começa a sua argumentação.
Pedro demonstrou uma habilidade de ordenação de ideias e de retórica em seu discurso de defesa. Uma habilidade de oratória, que surpreendeu os lideres do tribunal. O que ficou evidente é que pela ação do Espírito Santo, homens iletrados demonstraram habilidades retóricas de ilustres magistrados.
Com isso, podemos perceber, como é que se esperava naquela época que a justiça fosse estabelecida – não é muito diferente de nossos dias.
Não importava a verdade em si, pois vencia as disputas judiciais, aqueles que dispunham de habilidade de transformar as verdades em mentiras e as mentiras em verdades. Não importava o caráter das pessoas, mas a capacidade de argumentação.
Notem o que as autoridades fizeram: prenderam dois homens que em nome de Jesus realizaram um milagre.
Que lei eles violaram? Que regras eles quebraram? Mesmo sendo um tribunal religioso, qual mandamento da Lei de Moisés eles violaram? Teria sido aquele de “Não realizarás milagres na porta do templo”, que não existia? Em suma, eles foram presos em um flagrante de crime que não existiu.
A intenção das autoridades era que aqueles homens, pelas suas próprias palavras fossem condenados, pois eles sabiam que se tratava de homens iletrados. Mas o que eles não contavam é que o Espírito Santo dá ao iletrados a habilidades dos mais talentosos oradores. Ou seja, Deus separa o homem mais simples para persuadir os que se dizem mais sábios.
Ao verem que a habilidade retórica daqueles homens era suficiente para comprovar que a verdade que apresentavam, era de fato verdade e que os fatos não podem ser desmentidos, afinal, o homem que fora curado milagrosamente estava ali bem diante de seus olhos, os sacerdotes se viram diante de um grande problema. E por falar em olhos, permitam-me abrir parênteses para ilustrar isso que estou colocando, recordo-me de uma reflexão que intitulei, “A cegueira da intolerância”.
Eu tomei como base o capítulo nove do evangelho de João, o qual narra a cura de um cego de nascença. É aquela passagem que diz que os discípulos mostraram para Jesus um deficiente visual. Jesus vendo-o, cospe no chão e faz lama a qual passa nos olhos do cego, que passou a enxergar.
Essa passagem é interessante, pois os pais do deficiente viram a cura, todos os vizinhos viram a cura, mas quando os fariseus começaram a interrogar acerca do ocorrido, por medo, todos disseram que não viram nada. Até os pais do jovem, quando arguidos, disseram que ele já era adulto o suficiente para responder as aquelas perguntas. Chegaram, então diante do jovem que foi curado e, permitam-me a coloquialidade, perguntaram
—“E ai?”
— “E ai é que eu estou enxergando, por causa de Jesus”.
— Dá glórias a Deus, pois ele pode ser pecador.
— Se é pecador eu não sei, só sei que estou enxergando [...]

Para encurtar esse relato, o qual recomendo que vocês leiam a integra em suas casas, o fato é que tentaram fazer com que aquele homem acreditasse que Jesus não tinha feito nada – tentaram até convencê-lo de ainda estar cego. Eles já haviam calado até os pais do jovem, que preferiram fechar os olhos a enxergarem a verdade que está em Cristo Jesus. Essa história que nos faz concluir que o pior cego é o aquele que não quer ver.
Talvez os sacerdotes cogitassem que não adiantava dizer que não houve milagre, pois o homem curado de uma deficiência à porta do templo, estava ali, pulando na frente deles. Não caia bem tentar desmentir milagres, aquela experiência dos fariseus em tentar descredibilizar o milagre de Jesus para com o cego não foi bem sucedida.
O verso dezesseis de Atos narra que os sacerdotes estavam enxergando a verdade – ela estava pulando de alegria - mas optaram por endurecer o coração. Mesmo assim, eles não pararam por ai. Os versos dezessete, dezoito e dezenove descrevem a última tentativa de argumentação dos lideres dos sacerdotes: então eles oferecem a liberdade em troca do silêncio. Vocês conseguem perceber o jogo de palavras? Oferecem liberdade para aqueles que não deveriam, nem sequer, estar presos. A resposta de Pedro foi a seguinte:
“Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4:20)”
O verso vinte e um mostra que os sacerdotes não tinham como mantê-los presos e os mandaram ir, por causa do povo que estava louvando a Deus pelo ocorrido.
A história desse julgamento nos ensina uma coisa que não podemos esquecer: quando nós optamos por fazer de Jesus Cristo o centro de nossas vidas e de nossas ações, nós começamos a incomodar até os lideres religiosos do povo. Ou pelo menos, aqueles que se dizem lideres religiosos.
Por se incomodarem, esses se valem da persuasão, da retórica, das leis, e alguns menos escrupulosos ainda se valem do constrangimento e chegam ao ponto de manipularem alguns textos bíblicos para tentar calar todo aquele que faz de Cristo o centro de suas vidas e de suas mensagens, mas
“Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4:20)”
Pedro chegou a negar a Jesus por três vezes, isso é verdade. Mas ele não estava mais disposto a fazer isso novamente, porque...
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4:12).”

            Quero concluir, reforçando o desafio que lancei ontem a vocês: façam de Jesus o centro de suas vidas, pois
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.

E quando fazemos isso, Deus é engrandecido e louvado pelo povo, conforme observamos no verso vinte e um dessa passagem: “porque todos glorificavam a Deus pelo ocorrido”.
Quer ver a o povo desse lugar dando glória a Deus? Faça de Cristo o Centro de sua vida.

Amém!

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