Como pastor, sempre
me interessei pelo comportamento cristão. Tenho muitas histórias e testemunhos
de cristãos verdadeiramente piedosos que mesmo sendo imperfeitos, procuravam e
procuram fazer a vontade do Senhor custe o que custar. Porém, quantas vezes não
fiquei estarrecido (e até envergonhado) com certos membros de igrejas que
manifestam comportamentos que destoam drasticamente do que preconizam as
Escrituras? Não me coloco neste momento como alguém que julga tais
comportamentos, mas como alguém que os analisa e tenta encontrar uma razão para
tal fenômeno acontecer. Então nesta tarefa cheguei à conclusão que tais
comportamentos são originados em nossas fraquezas.
Desonestidade,
avareza, incredulidade, rancor, falta de amor, falta de paciência, cobiça,
gula, desejos carnais, preguiça, truculência, etc. O fato é que todos nós temos
uma ou mais fraquezas que se não observadas com seriedade comprometerão nossa
postura cristã diante do mundo. Precisamos lembrar que nosso testemunho diante das
pessoas é algo irrevogável desde o momento em que aceitamos seguir a Cristo (At
1:8). Mas antes do testemunho, o que na verdade mais me preocupa em relação às
fraquezas que temos é como as apresentamos diante de Deus.
De
maneira genérica podemos colocar nossas fraquezas diante do Senhor de duas
maneiras: como algo que gostaríamos que fosse trabalhado pelo Espírito ou como
algo que nos justifica quando erramos.
Se
usamos nossas fraquezas para justificar nossas falhas e falta de caráter
cristão, corremos o risco de não queremos superá-las para sempre ter algo com
que nos “justificar” diante de Deus. Por outro lado, quando reconhecemos que as
fraquezas que temos são elementos que ainda precisam ser trabalhados pelo
Espírito Santo em nossas vidas, caminhamos na direção de superá-las para a
glória de Deus Pai em Cristo Jesus.
O
que precisamos entender é que as fraquezas não são o que nos define como
cristãos. O que nos define como cristãos é a ação contínua do Espírito de Deus
moldando, corrigindo, reformulando, reconfigurando o nosso caráter e a nossa
personalidade. Talvez seja por essa razão que o apóstolo Paulo disse que o “Espírito nos ajuda em nossas fraquezas”
(Rm 8:26).
“Temos por lutas passado, umas
temíveis, cruéis; Mas o Senhor tem livrado delas seus servos fiéis. Força e
poder nos tem dado; Ele nos tem sustentado, Dando-nos sua mão, vida de paz,
perdão, salvação!
Sim, Deus é por nós! Quem nos
vencerá? Dar-nos-à poder real; Deus nos guardará. Defender-nos-á, livrará do
mal; Vamos, irmãos, cantar, Nosso Senhor louvar, exaltar!”
(454cc)
A primeira estrofe e estribilho do hino
454 do Cantor Cristão nos dão um breve panorama da vida cristã quando afirma
que passamos por constantes lutas. Mas não só isso, esses versos também nos
declaram que Deus está sempre ao nosso lado.
A inspiração do compositor teve como
base o capítulo oito da carta de Paulo aos Romanos, do qual destacamos, nesta
ocasião, apenas a segunda parte do verso 31 que diz: “Se Deus é por
nós, quem será contra nós?”
É certo que essa passagem nos inspira a
confiar sempre na provisão de Deus. Porém, muitos a tem usado como se pelo fato
de Deus estar conosco, ninguém teria coragem de vir contra nós. Isso é um
equívoco.
O trecho que narra “quem será contra nós?”
não quer dizer que não teremos inimigos por estarmos com Deus, mas que com
Deus, temos a certeza da vitória.
E quem será
contra nós? A resposta é fácil: todos aqueles que também são contra Deus. E
entre esses, podemos contar os inimigos declarados deste mundo corrupto e todas
as potestades do mal, conforme o verso12 de Efésios 6 nos previne:“pois não é contra pessoas
de carne e sangue que temos de lutar, mas sim contra principados e poderios,
contra os príncipes deste mundo de trevas, contra os exércitos espirituais da
maldade nas regiões celestiais”.
Diante de tudo isso, não temos como
deixar de constatar que o crente precisa estar alerta aos perigos que o cercam,
pois os inimigos estão à espreita e isso é uma certeza. Contudo, nós dispomos
de uma certeza ainda maior: Deus é por nós e com ele seremos mais que
vencedores!
Santificação é o processo contínuo e
sempre crescente que acontece na vida do crente desde o momento da conversão
até a consumação dos seus dias aqui na terra. Em outras palavras, é o período
intermediário entre a conversão e a consumação da salvação na vida daquele que
um dia aceitou a Cristo Jesus como seu salvador.
A
palavra Santo designa duas coisas
básicas: a primeira é uma vida piedosa; e a segunda diz respeito a uma vida
separada. Santo é aquele que foi separado por Deus para viver uma vida piedosa.
E quando pensamos desta maneira, não temos como deixar de refletir que o
cristão foi feito santo não porque vive uma vida sem pecados, mas porque vive a
sua vida para a glória de Deus.
É essa
noção que deve permear toda a nossa existência, pois quando deixamos de
considerar a santidade necessária a todo aquele que é nascido de Deus,
começamos a relativizar os valores e princípios divinos e a comprometer a saúde
espiritual do nosso corpo.
Por outro lado, quando nos entregamos verdadeiramente a
Deus, entendemos que ser santo (ou seja, ser piedoso e separado) é
pré-requisito para uma comunhão com Deus. As Escrituras nos atestam isso quando
destaca: “porque o SENHOR, teu Deus, anda
no meio do teu acampamento, [...] por isso, teu acampamento será santo, para
que ele não veja coisa impura em ti e se afaste de ti” Dt 23:14. Na carta
aos Hebreus 12:14, temos a seguinte recomendação: “Procurai viver em paz com todos e em santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor”.
Se pretendermos nos encontrar com o Senhor em nosso
caminhar diário e se almejamos que ele venha nos resgatar no dia do juízo,
santidade é algo deve ser evidente em nossas vidas.
Sei que hoje a igreja de Cristo vive uma crise de valores
e princípios nunca vista antes. E é em meio a essa crise que os verdadeiros
adoradores de Deus precisam se destacar. É em meio a essa crise de consciência
cristã que os verdadeiros servos de Jesus precisam mostrar para que estão aqui.
Não somos a favor de fanatismos ou comportamentos e práticas que beiram à
insanidade. Mas somos defensores de uma postura verdadeiramente cristã pautada
na Palavra de Deus e que se reflete em vidas consagradas ao Senhor.
Em nossos dias, talvez, alguns dirão que o termo santidade está fora de contexto; está
fora de moda; não se aplica aos padrões da “igreja moderna”. Talvez alguns
possam até dizer que esse negócio de santidade
é coisa de antigamente; é coisa de outras gerações que se empenhavam em
reprimir a liberdade dos mais jovens. Creio que muitos poderão chamar nosso
discurso de antiquado; de quadrado. Contudo, continuo preferindo voltar os meus
olhos para o que diz a Palavra: e ela continua a afirmar que “sem santidade, ninguém verá ao Senhor” Hb
12:14b.
“Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante
de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas no curral, como rebanho
no meio do seu pasto; farão estrondo por causa da multidão dos homens. Aquele
que abre o caminho subirá diante deles; eles atravessarão, entrarão pela porta
e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente [...] Nos
últimos dias acontecerá que o monte do templo do SENHOR será estabelecido como
o monte mais alto e se elevará sobre as montanhas, e os povos irão a ele.
Muitas nações irão e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR e ao templo do
Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, para que andemos nas suas
veredas; porque a lei sairá de Sião, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Ele
julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas
converterão as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras;
uma nação não levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a
guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua videira e da sua figueira, e
ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR dos Exércitos disse isso.” Mq
2:12-13 e 4:1-4.
Gosto
muito da versão bíblica em que diz acerca do verso quatro “e todo homem poderá sentar-se debaixo de sua figueira e debaixo de sua
videira e não sentirá mais medo”.
Quero
compartilhar com vocês, igreja e amigos que nos visitam, uma palavra que me
enche de esperança, pelo fato de saber que Deus cuida de seu povo.
O profeta Miqueias atuou em Israel na
mesma época do profeta Isaías. Muito do que vemos no livro do Profeta
messiânico, Isaías, vemos também no livro deste outro profeta. A primeira vez
que fui impactado por essa passagem que acabo de ler foi justamente quando
pesquisava o sermão proferido pelo pastor Martin Luther King jr., intitulado Eu tenho um sonho.
Ter
um sonho na época em Luther King proferiu o sermão que destaquei era uma coisa
para poucos. Naquela época as coisas estavam difíceis, mas mesmo assim aquele
pastor disse que mesmo contemplando tanta miséria, ele ainda tinha um sonho.
Ele continuou dizendo que quando a gente deixa de sonhar, a gente perde a
esperança e a esperança é o que faz a gente continuar sempre em frente, apesar
dos pesares (para
quem tem interesse, compartilho o link do texto <http://www.dhnet.org.br/desejos/sonhos/dream.htm> ).
Miqueias
pregou em uma época que rumores de invasão pairavam sobre o povo. As pessoas
estavam dispersas e ninguém se sentia seguro em áreas abertas. O medo parecia
tomar conta do cotidiano do povo de tal forma que muitos se sentiram perdidos
em sua própria terra.
O
medo é uma sensação curiosa. Geralmente essa sensação é ativada em situações de
grande perigo. Diante de algum perigo é comum alguns correrem e outros ficarem
totalmente imóveis. Lembro-mE que, certa
vez, em uma noite de fim de ano, eu e mais dois colegas estávamos sentados na
escadaria em frente às nossas casas. Na entrada da rua apareceu um homem
segurando algo que parecia uma arma. Prontamente ficamos em pé e na medida em
que o estranho subia, eu e outro colega nos afastamos alguns metros, enquanto o
outro amigo ficou bem em frente à sua casa, o local que estávamos inicialmente.
De repente, o estranho empunhou o que achávamos que era uma arma e foi então que
toquei no ombro do menino que estava comigo e gritei: CORRE!!! Rapidamente
adentrei na casa de uma visinha que ouviu meu grito e saia para ver o que
estava acontecendo e o menino que estava em frente à sua própria casa correu
para chamar o seu pai. Depois de alguns minutos, resolvi sair para ver se já havia
passado o perigo e descubro que o garoto para quem eu tinha dito para correr,
tinha ficado imóvel, paralisado no mesmo local. Ele travou no lugar onde
estava. O garoto que correu para dentro de sua casa passou tão rápido pelo
terraço que seu pai acabara de fazer o piso que nem uma marca do pé ficou. E o
que parecia ser uma arma na verdade era uma capanga (um tipo de carteira grande
para homens), e o estranho que vinha no escuro era o tio de um dos garotos.
Fora
essas situações inusitadas, há também situações de perigo real que levam as
pessoas a saltarem de prédios em chamas, reagirem assaltos, dentre outros. Há
também o medo oriundo não de situações de perigo como um incêndio, uma pessoa
armada, ou um animal raivoso, há medos
que surgem das situações que vivemos e passamos. Por exemplo, quando uma
empresa tem prejuízo em seu faturamento, os funcionários ficam com medo de
perder seus empregos; quando os filhos somem de casa, os pais sentem medo da
possibilidade de ver seus filhos envolvidos com traficantes; quando não
conseguimos mais dialogar dentro de casa, há um medo de perdemos nossas famílias;
quando as provações são pesadas, sentimos o medo de sermos tragados pelas
dificuldades.
Se
isso já não fosse demais, ainda temos que lidar com as ações impensadas,
resultadas do medo que muitas vezes sentimos.
O
medo de não conseguir arcar com as despesas do mês faz muitas pessoas
recorrerem a agiotas e empréstimos bancários sem fim. O medo se perder alguém
gera, em alguns casos, uma submissão doentia. O medo de lidar verdadeiramente
com os problemas leva a fuga que muitas vezes se aloja no vício do álcool e
outras drogas.
O medo pode gerar o pânico; o medo piora a
depressão; nos afasta do convívio com as pessoas; o medo causa até o desespero
– e isso não é nada mais nada menos ações extremistas causadas pela falta de
esperança. O medo mata o sonho.
Foi
por enxergar essas coisas no meio do povo de Israel que o profeta trouxe a
palavra do Senhor, dizendo: “Certamente
te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas
no curral, como rebanho no meio do seu pasto [...] entrarão pela porta e
sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente”.
Quantas vezes não percebemos as ovelhas
do Senhor dispersas, sem um rumo na vida; quantas vezes por medo de serem
rejeitadas ou acusadas não contemplamos pessoas se isolando e alimentando
frustrações; quantas vezes não vemos um irmão ou uma irmã que ao se sentir
abandonado (a) revela em seu olhar um medo alojado em seu coração.
São
nessas horas que precisamos olhar para Palavra de Deus e enxergar que quando
falta orientação, o próprio Deus se responsabiliza para ajuntar o seu povo
novamente. O desejo do Senhor é que todos sejam rebanho do seu pastoreio, que
todos sejam suas ovelhas. Para isso só é
necessário ouvirmos quando ele chamar.
E agora você tem aquela pergunta que não quer
calar: e os problemas se acabaram? As crises foram resolvidas? Os perigos foram
dissipados? A resposta é não! Na maioria dos casos os
problemas, as crises e os perigos continuarão onde sempre estiveram, mas com uma
grande diferença: a intervenção de Deus.
Há muita
gente pregando por aí que quando uma pessoa se converte, automaticamente, tudo
que é negativo em sua vida desaparece. Sabe o que acontece com uma pessoa que
dá crédito a uma mensagem como esta; com pouco tempo, o problemas batem à porta
e todas as crises emocionais que outrora haviam voltam com eles. É por essa
razão que há muita gente decepcionada com as igrejas de um modo geral.
Há muita
gente sendo enganada, porque na verdade Deus não disse que seria sombra e água fresca (lembram que na
última quarta-feira eu disse que isso não existia), o que Deus prometeu é que
estaria conosco em todo momento.
É nesse
ponto que temos uma grande diferença, descrita na outra parte do texto que
destacamos no início: “Ele julgará entre
muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas converterão as
suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras; uma nação não
levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua
videira e da sua figueira, e ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR
dos Exércitos disse isso.”
Sabe o
que este texto quer dizer? Que quando as pessoas buscarem a Deus, elas
transformaram as suas lanças em enxadas e os seus arcos em arados, ninguém se
levantará contra seu próximo e você poderá sentar-se debaixo de uma árvore e o
medo não te incomodará, porque você tem uma coisa que só os filhos de Deus têm:
paz de espírito. Às vezes é só isso que precisamos.
Música: A Esperança é Jesus – Alessandra Samadelo
Há muitas pessoas que estão
procurando soluções mirabolantes para seus problemas. Há muitas pessoas que
para enfrentar os dissabores da vida basta ter muito dinheiro. Há pessoas que
procuram respostas para perguntas que elas não sabem nem ao certo se são
relevantes. O que essas pessoas, desconhecem é que quando temos a paz que Jesus
nos oferece, as coisas encontram sentido, porque a paz de Jesus fortalece o
nosso espírito e nos dá a certeza que Deus está conosco.
Meu querido amigo, eu não conheço o
seu coração, a sua vida, mas deixe-me fazer uma pergunta: você está se sentindo
em paz? Você tem esperança? A paz e a esperança estão em Jesus, você quer
experimentá-las? Diga sim, ao convite de Deus!
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
QUANDO AS LUTAS SÃO MAIORES QUE NOSSAS FORÇAS
*Pr. Edivaldo Rocha
“Naquele tempo, Jesus exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e eruditos, e as revelaste
aos pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque assim o quiseste. 27 Todas as coisas me
foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém
conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28 Vinde
a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. 29
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração; e achareis descanso para a vossa alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e
o meu fardo é leve” (Mt 11:25-30)
Mesmo que muitos digam o contrário,
um milagre é uma coisa extraordinária. Hoje estamos vivendo dias em que as
pessoas dizem que veem milagres em qualquer esquina. Milagre é algo fora do
comum e acontece em situações extremas.
Há poucos relatos na Bíblia em que a
menção de muitos milagres foram realizados em pouco espaço de tempo. A primeira
menção destaca o momento em que Moisés atuava como líder do povo de Israel.
Desde as dez pragas até o fim de sua jornada no deserto, a vida de Moisés foi
marcada pela realização de milagres. Outra ocasião marca o período dos
ministérios de Elias e Eliseu. Após esses dois célebres profetas algo deste
tipo só foi visto no ministério de Jesus.
Nunca tantos milagres foram
realizados como no ministério de Jesus. O evangelista João narra que se cada um
deles fosse escrito, não haveria livros suficientes para registrá-los (Jo 21:25).
O trecho bíblico que lemos do
evangelho de Mateus é antecedido por um fato de falta de fé generalizado em
algumas cidades pelas quais Jesus passou. Do verso 20 ao verso 24 do evangelho
de Mateus há uma crítica dirigida a algumas cidades que não deram crédito aos
milagres que Jesus havia realizado. Jesus disse que se em outros lugares fosse
realizado o que nessas cidades foi realizado, vidas e mais vidas teriam sido
poupadas.
Jesus continua dizendo que os olhos
dessas pessoas estavam fechados para as coisas de Deus, mas havia pessoas que
não tinham seus olhos fechados para as maravilhas de Deus em favor da
humanidade. Jesus chamou essas pessoas de pequeninos. Literalmente, ele disse:
“Graças te dou, ó Pai, Senhor do
céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e eruditos, e as
revelaste aos pequeninos” Mt 11:25.
Os
eruditos e os sábios daquele tempo não conseguiam enxergar a glória de Deus por
conta de sua autossuficiência. Uma pessoa autossuficiente é aquela que vive
como se não precisasse de alguém ou de alguma coisa. Uma pessoa autossuficiente
tem a tendência de depositar a sua confiança em algo material, algo que ela
possa segurar em suas mãos. O autossuficiente tenta controlar a sua vida de tal
forma que nada lhe saia do controle.
Não quero
aqui que a igreja pense que advogo que devamos viver desordenadamente ou sem o
devido planejamento.O quero alertar,
nessa noite, é que por mais previsões e planejamentos que façamos, há coisas
que fogem do nosso controle. Nas instâncias públicas há uma expressão que se
encaixa bem nesse contexto. Quando algo não pode ser resolvido por um dado
profissional, geralmente, este profissional usa a expressão: “isso foge da
minha governabilidade”. O que isso quer dizer é que aquele dado assunto não
está dentro do alcance da sua competência profissional.
No plano
vivencial, também há coisas que fogem da nossa governabilidade e que geram uma
pergunta crucial: “o que fazer quando as lutas são maiores que as nossas forças?”
Antes de
responder essa pergunta, precisamos entender algumas coisas básicas acerca dos das
lutas e dos problemas:
1-Há
problemas que resolvem se por conta própria e com o tempo. Esse é um tipo e
problema que quanto mais se mexe nele, maior ele fica. É como se esse problema
fosse nutrido com a nossa intervenção, então quanto mais atenção damos a ele,
maior ele se torna. Imagine uma pessoa que está sofrendo por conta da perda de
uma pessoa amada. Muitas vezes as palavras, o contato nada ajuda. Nesses casos
só o tempo dará o devido alento. Às vezes, algumas questões familiares também precisam
ser encaradas nessa perspectiva. Há conflitos que não podem ser abordados assim
que ocorrem, porque há muitas emoções que precisam ser reordenadas, mas com o
passar do tempo o furor, a angústia, a tristeza, a frustração já podem ser
trabalhadas e às vezes curam-se sozinhas – contudo, não podemos achar que todo
problema se resolve por conta própria. Há problemas que precisarão ser
discutidos e afinados o quanto antes, a fim de evitarmos as famosas bolas de neve.
2-Há
outros problemas com os quais lidamos todos os dias. Imprevistos e enfermidades
moderadas, uma conta que extrapolou o nosso orçamento, etc. Para esse tipo de
problema, basta refletirmos acerca da melhor maneira de contorná-lo que
rapidamente se resolve. O cuidado que precisamos ter com um problema desse
nível é não super estimá-lo. Muitas pessoas se desesperam diante de qualquer
probleminha que acontece. A expressão fazer
tempestade com um copo de água se encaixa bem para uma pessoa como essa; eu costumava brincar com essas pessoas
dizendo que o rio de lágrimas que elas choravam era mais fundo que os demais.
Se “um rio de lágrimas” já é um exagero imagine um mais fundo ainda.
3-Há
aqueles problemas mais graves que precisarão da ajuda de outros indivíduos para
ajudar a solucionar. Esse tipo de problema tira o sono, afeta o nosso emocional
e compromete a rotina que estabelecemos para nós. Porém,por mais que seja grave, uma coisa é certa
com esse tipo de problema: conseguimos dar conta. Eles ainda estão dentro da
nossa governabilidade e por mais difícil que seja, mesmo que nos custe muitos
cabelos brancos, ainda damos conta deles.
4-Antes
de passar para o outro nível/tipo de problema quero dizer que até agora o que
estou apresentando é apenas uma ilustração, portanto, vocês não precisam
concordar ao pé da letra com as definições que ofereci até agora. Talvez alguém
já esteja resmungando consigo mesmo dizendo que só há dois tipos de problemas:
os ruins e os piores. Esse nivelamento que coloquei até agora é bem relativo e
caberá a você decidir como internalizar ou reformular essa informação. Contudo
quero chamar a atenção de vocês para um outro nível de problema (o qual é de
fato o motivo de nossa reflexão): aqueles problemas que estão além de nossas
forças.
1Co 10:13 diz: “Não veio sobre vós nenhuma
tentação que não fosse humana. Mas Deus é fiel e não deixará que sejais
tentados além do que podeis resistir. Pelo contrário, juntamente com a tentação
providenciará uma saída, para que a possais suportar”.E de fato, Deus não dará nada
além de suas forças, pois o que for além de suas forças é com ele e não com
você.
E aqui nós temos um problema
vivenciado por muitos cristãos modernos: tentar resolver o que é da alçada de
Deus. O brasileiro é por natureza um tipo de pessoa que aprendeu a se virar
sozinho desde criança. Às vezes, internalizamos aquela expressão que diz cada um por si e Deus por todos e nos
esquecemos do salmista que diz, “se não
fosse o Senhor que estivesse ao nosso lado, Israel que o diga”.
O que esse tipo de comportamento
revela é uma postura independente do cristão para com seu Deus. A Palavra do
Senhor alerta que se nos achegarmos a Deus, ele se achegará a nós, mas mesmo
assim, há muita gente que está preferindo agir isoladamente como se não
houvesse alguém para lutar conosco as nossas batalhas.
Infelizmente, inúmeros cristãos
pararam de recorrer a Deus só pela vaidade de dizer que conquistou o que tem
por esforço próprio.
Meus queridos, há coisas, há
situações, há problemas que estão dentro da nossa governabilidade. Esses estão
dentro daquele limite daquilo que podemos suportar. Mas há um outro nível de
problema que está na governabilidade de Deus.
Talvez você queira perguntar uma
coisa nesse momento: “se está na governabilidade de Deus, por que ele não
resolve logo?”. Permita-me responder por que Deus não resolve, de imediato esse
tipo de questão: porque nós mesmos estamos atrapalhando o agir de Deus com o
nosso ego do tamanho de um elefante.
É claro que isso não se aplica a
todo crente com um problema maior que a sua capacidade de suportar. Muitos
ainda têm problemas desse nível para resolver pelo fato de não ter buscado o
socorro de Deus. De um lado temos gente que não quer a ajuda de Deus e outros
que não sabem com obtê-la.
Permitam-me fazer uma pergunta
bem pessoal a você nesta noite: há algo que está te deixando cansado,
frustrado, triste que você não consegue ou não sabe como resolver? Avalie
comigo nesse momento: não será que esse não é um desses problemas da
governabilidade de Deus?
Nós corremos tanto para dar
contas dos prazos, das contas, das cobranças que nos são impostas; lutamos
tanto para conquistar algo para nossas vidas; ficamos tão envolvidos com os
dilemas que nos sobrevêm que quando nos damos conta estamos paralisados e sem
alternativas. Sabe o motivo de isso acontecer, porque estamos cansados de lutar
e não ver resultados; estamos sobrecarregados com tantas
demandas que não sabemos o que fazer.
São nessas horas que precisamos
olhar para a Bíblia e enxergar o que Jesus carinhosamente nos fala: ele diz “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados,
e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou
manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. 30 Porque o
meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.
Aprenda uma coisa nessa noite:
quando a luta ou o problema for maior que suas forças, não há outra opção a não
ser correr para os braços de Jesus.