quinta-feira, 21 de agosto de 2014

FRAQUEZAS, QUEM NÃO AS TEM?

Como pastor, sempre me interessei pelo comportamento cristão. Tenho muitas histórias e testemunhos de cristãos verdadeiramente piedosos que mesmo sendo imperfeitos, procuravam e procuram fazer a vontade do Senhor custe o que custar. Porém, quantas vezes não fiquei estarrecido (e até envergonhado) com certos membros de igrejas que manifestam comportamentos que destoam drasticamente do que preconizam as Escrituras? Não me coloco neste momento como alguém que julga tais comportamentos, mas como alguém que os analisa e tenta encontrar uma razão para tal fenômeno acontecer. Então nesta tarefa cheguei à conclusão que tais comportamentos são originados em nossas fraquezas.
            Desonestidade, avareza, incredulidade, rancor, falta de amor, falta de paciência, cobiça, gula, desejos carnais, preguiça, truculência, etc. O fato é que todos nós temos uma ou mais fraquezas que se não observadas com seriedade comprometerão nossa postura cristã diante do mundo. Precisamos lembrar que nosso testemunho diante das pessoas é algo irrevogável desde o momento em que aceitamos seguir a Cristo (At 1:8). Mas antes do testemunho, o que na verdade mais me preocupa em relação às fraquezas que temos é como as apresentamos diante de Deus.
            De maneira genérica podemos colocar nossas fraquezas diante do Senhor de duas maneiras: como algo que gostaríamos que fosse trabalhado pelo Espírito ou como algo que nos justifica quando erramos.
            Se usamos nossas fraquezas para justificar nossas falhas e falta de caráter cristão, corremos o risco de não queremos superá-las para sempre ter algo com que nos “justificar” diante de Deus. Por outro lado, quando reconhecemos que as fraquezas que temos são elementos que ainda precisam ser trabalhados pelo Espírito Santo em nossas vidas, caminhamos na direção de superá-las para a glória de Deus Pai em Cristo Jesus.

            O que precisamos entender é que as fraquezas não são o que nos define como cristãos. O que nos define como cristãos é a ação contínua do Espírito de Deus moldando, corrigindo, reformulando, reconfigurando o nosso caráter e a nossa personalidade. Talvez seja por essa razão que o apóstolo Paulo disse que o “Espírito nos ajuda em nossas fraquezas” (Rm 8:26).

*Pr. Edivaldo Rocha

INIMIGOS DECLARADOS


Temos por lutas passado, umas temíveis, cruéis; Mas o Senhor tem livrado delas seus servos fiéis. Força e poder nos tem dado; Ele nos tem sustentado, Dando-nos sua mão, vida de paz, perdão, salvação!
Sim, Deus é por nós! Quem nos vencerá? Dar-nos-à poder real; Deus nos guardará. Defender-nos-á, livrará do mal; Vamos, irmãos, cantar, Nosso Senhor louvar, exaltar!” (454cc)

A primeira estrofe e estribilho do hino 454 do Cantor Cristão nos dão um breve panorama da vida cristã quando afirma que passamos por constantes lutas. Mas não só isso, esses versos também nos declaram que Deus está sempre ao nosso lado.
A inspiração do compositor teve como base o capítulo oito da carta de Paulo aos Romanos, do qual destacamos, nesta ocasião, apenas a segunda parte do verso 31 que diz: Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
É certo que essa passagem nos inspira a confiar sempre na provisão de Deus. Porém, muitos a tem usado como se pelo fato de Deus estar conosco, ninguém teria coragem de vir contra nós. Isso é um equívoco.
O trecho que narra “quem será contra nós?” não quer dizer que não teremos inimigos por estarmos com Deus, mas que com Deus, temos a certeza da vitória.
E quem será contra nós? A resposta é fácil: todos aqueles que também são contra Deus. E entre esses, podemos contar os inimigos declarados deste mundo corrupto e todas as potestades do mal, conforme o verso12 de Efésios 6 nos previne: “pois não é contra pessoas de carne e sangue que temos de lutar, mas sim contra principados e poderios, contra os príncipes deste mundo de trevas, contra os exércitos espirituais da maldade nas regiões celestiais”.
Diante de tudo isso, não temos como deixar de constatar que o crente precisa estar alerta aos perigos que o cercam, pois os inimigos estão à espreita e isso é uma certeza. Contudo, nós dispomos de uma certeza ainda maior: Deus é por nós e com ele seremos mais que vencedores!

Pr. Edivaldo Rocha

domingo, 17 de agosto de 2014

SANTIFICAÇÃO

*Pr. Edivaldo Rocha
Santificação é o processo contínuo e sempre crescente que acontece na vida do crente desde o momento da conversão até a consumação dos seus dias aqui na terra. Em outras palavras, é o período intermediário entre a conversão e a consumação da salvação na vida daquele que um dia aceitou a Cristo Jesus como seu salvador.
            A palavra Santo designa duas coisas básicas: a primeira é uma vida piedosa; e a segunda diz respeito a uma vida separada. Santo é aquele que foi separado por Deus para viver uma vida piedosa. E quando pensamos desta maneira, não temos como deixar de refletir que o cristão foi feito santo não porque vive uma vida sem pecados, mas porque vive a sua vida para a glória de Deus.
            É essa noção que deve permear toda a nossa existência, pois quando deixamos de considerar a santidade necessária a todo aquele que é nascido de Deus, começamos a relativizar os valores e princípios divinos e a comprometer a saúde espiritual do nosso corpo.

Por outro lado, quando nos entregamos verdadeiramente a Deus, entendemos que ser santo (ou seja, ser piedoso e separado) é pré-requisito para uma comunhão com Deus. As Escrituras nos atestam isso quando destaca: “porque o SENHOR, teu Deus, anda no meio do teu acampamento, [...] por isso, teu acampamento será santo, para que ele não veja coisa impura em ti e se afaste de ti” Dt 23:14. Na carta aos Hebreus 12:14, temos a seguinte recomendação: “Procurai viver em paz com todos e em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Se pretendermos nos encontrar com o Senhor em nosso caminhar diário e se almejamos que ele venha nos resgatar no dia do juízo, santidade é algo deve ser evidente em nossas vidas.
Sei que hoje a igreja de Cristo vive uma crise de valores e princípios nunca vista antes. E é em meio a essa crise que os verdadeiros adoradores de Deus precisam se destacar. É em meio a essa crise de consciência cristã que os verdadeiros servos de Jesus precisam mostrar para que estão aqui. Não somos a favor de fanatismos ou comportamentos e práticas que beiram à insanidade. Mas somos defensores de uma postura verdadeiramente cristã pautada na Palavra de Deus e que se reflete em vidas consagradas ao Senhor.

Em nossos dias, talvez, alguns dirão que o termo santidade está fora de contexto; está fora de moda; não se aplica aos padrões da “igreja moderna”. Talvez alguns possam até dizer que esse negócio de santidade é coisa de antigamente; é coisa de outras gerações que se empenhavam em reprimir a liberdade dos mais jovens. Creio que muitos poderão chamar nosso discurso de antiquado; de quadrado. Contudo, continuo preferindo voltar os meus olhos para o que diz a Palavra: e ela continua a afirmar que “sem santidade, ninguém verá ao Senhor” Hb 12:14b.

segunda-feira, 31 de março de 2014

ENFIM, PODEREI SENTAR DEBAIXO DE UMA ÁRVORE SEM SENTIR MEDO



Pr. Edivaldo Rocha

“Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas no curral, como rebanho no meio do seu pasto; farão estrondo por causa da multidão dos homens. Aquele que abre o caminho subirá diante deles; eles atravessarão, entrarão pela porta e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente [...] Nos últimos dias acontecerá que o monte do templo do SENHOR será estabelecido como o monte mais alto e se elevará sobre as montanhas, e os povos irão a ele. Muitas nações irão e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR e ao templo do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, para que andemos nas suas veredas; porque a lei sairá de Sião, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas converterão as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua videira e da sua figueira, e ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR dos Exércitos disse isso.” Mq 2:12-13 e 4:1-4.

         Gosto muito da versão bíblica em que diz acerca do verso quatro “e todo homem poderá sentar-se debaixo de sua figueira e debaixo de sua videira e não sentirá mais medo”.
         Quero compartilhar com vocês, igreja e amigos que nos visitam, uma palavra que me enche de esperança, pelo fato de saber que Deus cuida de seu povo.
O profeta Miqueias atuou em Israel na mesma época do profeta Isaías. Muito do que vemos no livro do Profeta messiânico, Isaías, vemos também no livro deste outro profeta. A primeira vez que fui impactado por essa passagem que acabo de ler foi justamente quando pesquisava o sermão proferido pelo pastor Martin Luther King jr., intitulado Eu tenho um sonho.
         Ter um sonho na época em Luther King proferiu o sermão que destaquei era uma coisa para poucos. Naquela época as coisas estavam difíceis, mas mesmo assim aquele pastor disse que mesmo contemplando tanta miséria, ele ainda tinha um sonho. Ele continuou dizendo que quando a gente deixa de sonhar, a gente perde a esperança e a esperança é o que faz a gente continuar sempre em frente, apesar dos pesares (para quem tem interesse, compartilho o link do texto < http://www.dhnet.org.br/desejos/sonhos/dream.htm> ).
         Miqueias pregou em uma época que rumores de invasão pairavam sobre o povo. As pessoas estavam dispersas e ninguém se sentia seguro em áreas abertas. O medo parecia tomar conta do cotidiano do povo de tal forma que muitos se sentiram perdidos em sua própria terra.
         O medo é uma sensação curiosa. Geralmente essa sensação é ativada em situações de grande perigo. Diante de algum perigo é comum alguns correrem e outros ficarem totalmente imóveis. Lembro-mE que, certa vez, em uma noite de fim de ano, eu e mais dois colegas estávamos sentados na escadaria em frente às nossas casas. Na entrada da rua apareceu um homem segurando algo que parecia uma arma. Prontamente ficamos em pé e na medida em que o estranho subia, eu e outro colega nos afastamos alguns metros, enquanto o outro amigo ficou bem em frente à sua casa, o local que estávamos inicialmente. De repente, o estranho empunhou o que achávamos que era uma arma e foi então que toquei no ombro do menino que estava comigo e gritei: CORRE!!! Rapidamente adentrei na casa de uma visinha que ouviu meu grito e saia para ver o que estava acontecendo e o menino que estava em frente à sua própria casa correu para chamar o seu pai. Depois de alguns minutos, resolvi sair para ver se já havia passado o perigo e descubro que o garoto para quem eu tinha dito para correr, tinha ficado imóvel, paralisado no mesmo local. Ele travou no lugar onde estava. O garoto que correu para dentro de sua casa passou tão rápido pelo terraço que seu pai acabara de fazer o piso que nem uma marca do pé ficou. E o que parecia ser uma arma na verdade era uma capanga (um tipo de carteira grande para homens), e o estranho que vinha no escuro era o tio de um dos garotos.
         Fora essas situações inusitadas, há também situações de perigo real que levam as pessoas a saltarem de prédios em chamas, reagirem assaltos, dentre outros. Há também o medo oriundo não de situações de perigo como um incêndio, uma pessoa armada, ou um animal raivoso, há medos que surgem das situações que vivemos e passamos. Por exemplo, quando uma empresa tem prejuízo em seu faturamento, os funcionários ficam com medo de perder seus empregos; quando os filhos somem de casa, os pais sentem medo da possibilidade de ver seus filhos envolvidos com traficantes; quando não conseguimos mais dialogar dentro de casa, há um medo de perdemos nossas famílias; quando as provações são pesadas, sentimos o medo de sermos tragados pelas dificuldades.
         Se isso já não fosse demais, ainda temos que lidar com as ações impensadas, resultadas do medo que muitas vezes sentimos.
         O medo de não conseguir arcar com as despesas do mês faz muitas pessoas recorrerem a agiotas e empréstimos bancários sem fim. O medo se perder alguém gera, em alguns casos, uma submissão doentia. O medo de lidar verdadeiramente com os problemas leva a fuga que muitas vezes se aloja no vício do álcool e outras drogas.
         O medo pode gerar o pânico; o medo piora a depressão; nos afasta do convívio com as pessoas; o medo causa até o desespero – e isso não é nada mais nada menos ações extremistas causadas pela falta de esperança. O medo mata o sonho.
         Foi por enxergar essas coisas no meio do povo de Israel que o profeta trouxe a palavra do Senhor, dizendo: “Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas no curral, como rebanho no meio do seu pasto [...] entrarão pela porta e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente”.
         Quantas vezes não percebemos as ovelhas do Senhor dispersas, sem um rumo na vida; quantas vezes por medo de serem rejeitadas ou acusadas não contemplamos pessoas se isolando e alimentando frustrações; quantas vezes não vemos um irmão ou uma irmã que ao se sentir abandonado (a) revela em seu olhar um medo alojado em seu coração.
São nessas horas que precisamos olhar para Palavra de Deus e enxergar que quando falta orientação, o próprio Deus se responsabiliza para ajuntar o seu povo novamente. O desejo do Senhor é que todos sejam rebanho do seu pastoreio, que todos sejam suas ovelhas. Para isso só é necessário ouvirmos quando ele chamar.
E agora você tem aquela pergunta que não quer calar: e os problemas se acabaram? As crises foram resolvidas? Os perigos foram dissipados? A resposta é não! Na maioria dos casos os problemas, as crises e os perigos continuarão onde sempre estiveram, mas com uma grande diferença: a intervenção de Deus.
Há muita gente pregando por aí que quando uma pessoa se converte, automaticamente, tudo que é negativo em sua vida desaparece. Sabe o que acontece com uma pessoa que dá crédito a uma mensagem como esta; com pouco tempo, o problemas batem à porta e todas as crises emocionais que outrora haviam voltam com eles. É por essa razão que há muita gente decepcionada com as igrejas de um modo geral.
Há muita gente sendo enganada, porque na verdade Deus não disse que seria sombra e água fresca (lembram que na última quarta-feira eu disse que isso não existia), o que Deus prometeu é que estaria conosco em todo momento.
É nesse ponto que temos uma grande diferença, descrita na outra parte do texto que destacamos no início: “Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas converterão as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua videira e da sua figueira, e ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR dos Exércitos disse isso.”
Sabe o que este texto quer dizer? Que quando as pessoas buscarem a Deus, elas transformaram as suas lanças em enxadas e os seus arcos em arados, ninguém se levantará contra seu próximo e você poderá sentar-se debaixo de uma árvore e o medo não te incomodará, porque você tem uma coisa que só os filhos de Deus têm: paz de espírito. Às vezes é só isso que precisamos.
*    Música: A Esperança é Jesus – Alessandra Samadelo
Há muitas pessoas que estão procurando soluções mirabolantes para seus problemas. Há muitas pessoas que para enfrentar os dissabores da vida basta ter muito dinheiro. Há pessoas que procuram respostas para perguntas que elas não sabem nem ao certo se são relevantes. O que essas pessoas, desconhecem é que quando temos a paz que Jesus nos oferece, as coisas encontram sentido, porque a paz de Jesus fortalece o nosso espírito e nos dá a certeza que Deus está conosco.
Meu querido amigo, eu não conheço o seu coração, a sua vida, mas deixe-me fazer uma pergunta: você está se sentindo em paz? Você tem esperança? A paz e a esperança estão em Jesus, você quer experimentá-las? Diga sim, ao convite de Deus!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014



QUANDO AS LUTAS SÃO MAIORES QUE NOSSAS FORÇAS

*Pr. Edivaldo Rocha 

“Naquele tempo, Jesus exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e eruditos, e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque assim o quiseste. 27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11:25-30)
 Mesmo que muitos digam o contrário, um milagre é uma coisa extraordinária. Hoje estamos vivendo dias em que as pessoas dizem que veem milagres em qualquer esquina. Milagre é algo fora do comum e acontece em situações extremas.
Há poucos relatos na Bíblia em que a menção de muitos milagres foram realizados em pouco espaço de tempo. A primeira menção destaca o momento em que Moisés atuava como líder do povo de Israel. Desde as dez pragas até o fim de sua jornada no deserto, a vida de Moisés foi marcada pela realização de milagres. Outra ocasião marca o período dos ministérios de Elias e Eliseu. Após esses dois célebres profetas algo deste tipo só foi visto no ministério de Jesus.
Nunca tantos milagres foram realizados como no ministério de Jesus. O evangelista João narra que se cada um deles fosse escrito, não haveria livros suficientes para registrá-los (Jo 21:25).
O trecho bíblico que lemos do evangelho de Mateus é antecedido por um fato de falta de fé generalizado em algumas cidades pelas quais Jesus passou. Do verso 20 ao verso 24 do evangelho de Mateus há uma crítica dirigida a algumas cidades que não deram crédito aos milagres que Jesus havia realizado. Jesus disse que se em outros lugares fosse realizado o que nessas cidades foi realizado, vidas e mais vidas teriam sido poupadas.
Jesus continua dizendo que os olhos dessas pessoas estavam fechados para as coisas de Deus, mas havia pessoas que não tinham seus olhos fechados para as maravilhas de Deus em favor da humanidade. Jesus chamou essas pessoas de pequeninos. Literalmente, ele disse: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e eruditos, e as revelaste aos pequeninos” Mt 11:25.
Os eruditos e os sábios daquele tempo não conseguiam enxergar a glória de Deus por conta de sua autossuficiência. Uma pessoa autossuficiente é aquela que vive como se não precisasse de alguém ou de alguma coisa. Uma pessoa autossuficiente tem a tendência de depositar a sua confiança em algo material, algo que ela possa segurar em suas mãos. O autossuficiente tenta controlar a sua vida de tal forma que nada lhe saia do controle.
Não quero aqui que a igreja pense que advogo que devamos viver desordenadamente ou sem o devido planejamento.  O quero alertar, nessa noite, é que por mais previsões e planejamentos que façamos, há coisas que fogem do nosso controle. Nas instâncias públicas há uma expressão que se encaixa bem nesse contexto. Quando algo não pode ser resolvido por um dado profissional, geralmente, este profissional usa a expressão: “isso foge da minha governabilidade”. O que isso quer dizer é que aquele dado assunto não está dentro do alcance da sua competência profissional.
No plano vivencial, também há coisas que fogem da nossa governabilidade e que geram uma pergunta crucial: “o que fazer quando as lutas são maiores que as nossas forças?”
Antes de responder essa pergunta, precisamos entender algumas coisas básicas acerca dos das lutas e dos problemas:
1-                 Há problemas que resolvem se por conta própria e com o tempo. Esse é um tipo e problema que quanto mais se mexe nele, maior ele fica. É como se esse problema fosse nutrido com a nossa intervenção, então quanto mais atenção damos a ele, maior ele se torna. Imagine uma pessoa que está sofrendo por conta da perda de uma pessoa amada. Muitas vezes as palavras, o contato nada ajuda. Nesses casos só o tempo dará o devido alento. Às vezes, algumas questões familiares também precisam ser encaradas nessa perspectiva. Há conflitos que não podem ser abordados assim que ocorrem, porque há muitas emoções que precisam ser reordenadas, mas com o passar do tempo o furor, a angústia, a tristeza, a frustração já podem ser trabalhadas e às vezes curam-se sozinhas – contudo, não podemos achar que todo problema se resolve por conta própria. Há problemas que precisarão ser discutidos e afinados o quanto antes, a fim de evitarmos as famosas bolas de neve.
2-                 Há outros problemas com os quais lidamos todos os dias. Imprevistos e enfermidades moderadas, uma conta que extrapolou o nosso orçamento, etc. Para esse tipo de problema, basta refletirmos acerca da melhor maneira de contorná-lo que rapidamente se resolve. O cuidado que precisamos ter com um problema desse nível é não super estimá-lo. Muitas pessoas se desesperam diante de qualquer probleminha que acontece. A expressão fazer tempestade com um copo de água se encaixa bem para uma pessoa como essa; eu costumava brincar com essas pessoas dizendo que o rio de lágrimas que elas choravam era mais fundo que os demais. Se “um rio de lágrimas” já é um exagero imagine um mais fundo ainda.
3-                 Há aqueles problemas mais graves que precisarão da ajuda de outros indivíduos para ajudar a solucionar. Esse tipo de problema tira o sono, afeta o nosso emocional e compromete a rotina que estabelecemos para nós. Porém,  por mais que seja grave, uma coisa é certa com esse tipo de problema: conseguimos dar conta. Eles ainda estão dentro da nossa governabilidade e por mais difícil que seja, mesmo que nos custe muitos cabelos brancos, ainda damos conta deles.
4-               Antes de passar para o outro nível/tipo de problema quero dizer que até agora o que estou apresentando é apenas uma ilustração, portanto, vocês não precisam concordar ao pé da letra com as definições que ofereci até agora. Talvez alguém já esteja resmungando consigo mesmo dizendo que só há dois tipos de problemas: os ruins e os piores. Esse nivelamento que coloquei até agora é bem relativo e caberá a você decidir como internalizar ou reformular essa informação. Contudo quero chamar a atenção de vocês para um outro nível de problema (o qual é de fato o motivo de nossa reflexão): aqueles problemas que estão além de nossas forças.
1Co 10:13 diz: Não veio sobre vós nenhuma tentação que não fosse humana. Mas Deus é fiel e não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir. Pelo contrário, juntamente com a tentação providenciará uma saída, para que a possais suportar”. E de fato, Deus não dará nada além de suas forças, pois o que for além de suas forças é com ele e não com você.
E aqui nós temos um problema vivenciado por muitos cristãos modernos: tentar resolver o que é da alçada de Deus. O brasileiro é por natureza um tipo de pessoa que aprendeu a se virar sozinho desde criança. Às vezes, internalizamos aquela expressão que diz cada um por si e Deus por todos e nos esquecemos do salmista que diz, “se não fosse o Senhor que estivesse ao nosso lado, Israel que o diga”.
O que esse tipo de comportamento revela é uma postura independente do cristão para com seu Deus. A Palavra do Senhor alerta que se nos achegarmos a Deus, ele se achegará a nós, mas mesmo assim, há muita gente que está preferindo agir isoladamente como se não houvesse alguém para lutar conosco as nossas batalhas.
Infelizmente, inúmeros cristãos pararam de recorrer a Deus só pela vaidade de dizer que conquistou o que tem por esforço próprio.
Meus queridos, há coisas, há situações, há problemas que estão dentro da nossa governabilidade. Esses estão dentro daquele limite daquilo que podemos suportar. Mas há um outro nível de problema que está na governabilidade de Deus.
Talvez você queira perguntar uma coisa nesse momento: “se está na governabilidade de Deus, por que ele não resolve logo?”. Permita-me responder por que Deus não resolve, de imediato esse tipo de questão: porque nós mesmos estamos atrapalhando o agir de Deus com o nosso ego do tamanho de um elefante.
É claro que isso não se aplica a todo crente com um problema maior que a sua capacidade de suportar. Muitos ainda têm problemas desse nível para resolver pelo fato de não ter buscado o socorro de Deus. De um lado temos gente que não quer a ajuda de Deus e outros que não sabem com obtê-la.
Permitam-me fazer uma pergunta bem pessoal a você nesta noite: há algo que está te deixando cansado, frustrado, triste que você não consegue ou não sabe como resolver? Avalie comigo nesse momento: não será que esse não é um desses problemas da governabilidade de Deus?
Nós corremos tanto para dar contas dos prazos, das contas, das cobranças que nos são impostas; lutamos tanto para conquistar algo para nossas vidas; ficamos tão envolvidos com os dilemas que nos sobrevêm que quando nos damos conta estamos paralisados e sem alternativas. Sabe o motivo de isso acontecer, porque estamos cansados de lutar e não ver resultados; estamos sobrecarregados com tantas demandas que não sabemos o que fazer.
São nessas horas que precisamos olhar para a Bíblia e enxergar o que Jesus carinhosamente nos fala: ele diz “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.
Aprenda uma coisa nessa noite: quando a luta ou o problema for maior que suas forças, não há outra opção a não ser correr para os braços de Jesus.
http://youtu.be/i2HfU8LqwEE