terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O DILEMA DE SANSÃO


PODERIA TER SIDO DIFERENTE
*Pr. Edivaldo Rocha

“Depois, deu a mulher à luz um filho e lhe chamou Sansão; o menino cresceu, e o Senhor o abençoou” (Jz 13:24)

Mês passado falamos sobre um juiz chamado Jefté e sua influência negativa para o povo de Israel: comentamos acerca do seu voto que propunha sacrificar a primeira pessoa que visse, falamos também sobre a chacina incentivada contra os efraimitas e de como uma má escolha pode afetar o futuro de uma nação.
            O livro de juízes narra, depois de Jefté, a liderança de mais quatro juízes e termina com uma história trágica, a qual descreve como a moralidade dos israelitas estava comprometida (confira na leitura dos últimos nove capítulos do livro). Mas voltando para os sucessores de Jefté, percebemos que dos quatro, três não tiveram muito destaque visto que apenas oito versículos narram itens da vida desses três homens (Jz 12:8-15). Na verdade esses versos apenas preenchem um espaço de tempo para de fato narrar a vida de alguém de maior importância para Israel, Sansão.
            A Bíblia narra a vida de Sansão desde um pouco antes de seu nascimento. A mãe de Sansão era estéril até o dia de receber a visita de alguém enviado pelo próprio Deus. Geralmente essas visitas de enviados do Senhor são acompanhadas de contextos de necessidades não supridas. Notem a visita do enviado de Deus a Josué (Js 5:13-15): Josué estava apreensivo em relação a entrada em Jericó, então o príncipe do exercito de Deus lhe aparece e lhe passa a estratégia certa para que ele dominasse a cidade. Com a marcha e o toque das trombetas as muralhas de Jericó vieram abaixo. Outro a receber essa celestial visita fora Gideão (Jz 6:11-24). Este estava apavorado pela perseguição dos midianitas. Naquela época quem fosse pego desprevenido sofria amarga sentença. O anjo do Senhor lhe aparece e diz: “vai na tua força”. E assim aconteceu com Abraão, com Jacó, com Balaão, com Moisés, com os profetas, enfim, sempre que uma situação parecia fugir do controle e quando a esperança não era mais evidente, Deus enviava emissários para confortar, desafiar e resolver problemas os problemas do seu povo. Nessa perspectiva o salmista cantou, “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34:7).
            A mãe de Sansão vivia um dilema de não ter filhos. Filhos sempre foram e são, ainda hoje, bênçãos do Senhor.  A mulher que por algum motivo não pudesse gerar filhos era considerada amaldiçoada. Por mais que Manoá, seu marido, amasse sua esposa, a pressão familiar era constrangedora. Imaginem os olhares desdenhosos, as cunhadas implicantes, as sogras inconformadas por não terem netos. A depressão e um sentimento de inferioridade eram constantes na vida da mãe de Sansão até aquela visita.
A visita do Anjo mudou completamente a situação emocional da esposa de Manoá. Foi tão estrondoso esse efeito que de imediato eles nem acreditaram. Mas quando Deus fala, ele não se importa em confirmar suas promessas para garantir a certeza que a bênção virá.
            Isso nos faz pensar sobre as nossas necessidades que são supridas em diversas circunstâncias. Umas desapercebidamente, outras Deus faz questão de enviar o seu anjo para anunciar que o quadro vai mudar. E vejam como mudou para a esposa de Manoá: ela agora não só teria a bênção da maternidade, mas teve “seu resultado de ultrassom” e a primeira consulta de pré-natal entregue e feita (respectivamente) pelo anjo do Senhor.
            Ela recebeu algumas recomendações: ela não poderia beber bebida alcoólica ou comer comida imunda. A criança não deveria cortar o cabelo, pois desde sua infância seria criado com nazireu. Nazireu era aquele homem ou mulher que fazia um voto de serviço ao Senhor por um tempo ou por toda sua vida (confira a lei em Nm 6:1-21). Sansão deveria ser criado assim, para que Deus, por intermédio dele, livrasse os israelitas das mãos dos filisteus.
            A vida de Sansão é marcada por sérias controvérsias. Primeiro ele não entendia que uma mistura étnica, por casamento com mulheres estrangeiras, também significava uma introdução de cultos a entidades que Deus condenava. Quando alertado por seu pai e sua mãe acerca do risco que correria ele demonstra um perfil obstinado e desobediente, ou seja, ele despreza os conselhos de seus pais, muito embora esses achassem que esta obstinação fora provocada pelo Senhor para achar ocasião de ir de encontro com os filisteus. O resultado disso foi danoso. Além de comprovar que sua esposa estrangeira não era confiável, ele teve de arcar com um prejuízo (Jz 14:10-18). A família dela não era muito melhor. Seu sogro deu a esposa de Sansão em casamento à outra pessoa. Sansão fez tudo pela família da esposa e foi traído por seu sogro.
            Esse episódio revelou um lado sombrio de Sansão que ateia fogo no rabo de trezentas raposas e as solta na plantação do sogro. Essa ação não foi bem vista pelos moradores de Israel, pois qual pai que em sã consciência entregaria sua filha em casamento a um homem que contrariado ateia fogo na plantação do sogro?
            Embora Sansão tivesse matado filisteus e queimado a plantação de um filisteu, os israelitas não passaram a gostar mais dele por conta disso. Os moradores de Judá quando pressionados pelos filisteus não viram na pessoa de Sansão um líder que os conduzissem. Muito pelo contrário, Sansão era tido como alguém que perturbava a paz deles. O estilo de vida de Sansão não fazia com que a pessoas o respeitassem enquanto líder. Na realidade ele não exerceu qualquer liderança sobre Israel: ele não organizou o povo para a guerra, ele também não organizou o povo do ponto de vista espiritual, muito menos moral. Sansão era dado às aventuras e uma vida desregrada afastada do convívio dos seus patrícios.
            Os habitantes de Judá “amistosamente” chegaram a Sansão e pediram que ele se entregasse para que a paz voltasse a reinar. Ele aceita e se permite amarrar. Depois de entregue ele arrebenta as coradas e mata mil filisteus com uma caveira de jumento.
            Depois dessa matança ele vai passear na faixa de Gaza e passa a noite com prostitutas. Lá é desafiado por filisteus e no meio da noite arranca as portas da cidade.
Essa cena mostra que Sansão era dado ao vandalismo, o negócio dele era fazer arruaça (é claro que uma brincadeira essa parte).
            A história de Sansão continua. Já não fosse suficiente o que ele passou com sua primeira esposa estrangeira, o que Sansão faz? Interessa-se por outra mulher estrangeira. Seu nome era Dalida. Em relação a primeira, esta era “mil vezes” mais perigosa. Foi esta que descobriu o segredo de Sansão e o levou à ruína e à decadência (Jz16:4s).
            Ao dizer a Dalila o segredo de sua força, Sansão é capturado, tem seus olhos furados e é obrigado e a trabalhos forçados girando o moinho da cadeia.
            Sansão passou a vida alimentando a temeridade, a boêmia e a promiscuidade sem pensar nas consequências dos seus atos. Dificilmente seu exemplo poderia ter inspirado alguém a copiá-lo. Do ponto de vista de personalidade, Sansão era o pior amigo que alguém poderia ter. Talvez seja por isso que nos quatros capítulos que narram a sua história não apareça nenhum amigo como coadjuvante da novela de sua vida. Viveu só e iria morrer só também, mas lhe restava apenas refazer uma coisa: as pazes com Deus.
“Sansão clamou ao Senhor e disse: Senhor Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus olhos. 29Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e fez força sobre elas, com a mão direita em uma e com a esquerda na outra. 30E disse: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela estava; e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na sua vida. 31Então, seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, tomaram-no, subiram com ele e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Julgou ele a Israel vinte anos” (Jz 16:28-31).
           
            A história de Sansão é como a história de muitas pessoas que conhecemos. Às vezes nasceram em lares consagrados ao Senhor (lares crentes), foram criados dentro da igreja, ou tinham tudo para serem pessoas dedicadas na obra do Senhor. Lembremo-nos que Sansão nasceu para servir a Deus, por isso seu voto, mas ele preferiu os caminhos do mundo.
            Sansão pode até ter se divertido com suas aventuras e seus conflitos com os filisteus. Porém as suas escolhas não foram escolhas acertadas e sua vida foi marcada por pessoas que o traíam, por pessoas que não o levavam a sério como juiz e pessoas que não o respeitavam. Os últimos anos da vida de Sansão foram anos de humilhação.
É verdade que ele se arrependeu e que Deus restabeleceu por uma última vez a sua força. Isso mostra que mesmo nos últimos instantes da vida temos a chance de clamar pelo perdão dos nossos pecados e assim alcançar a graça da Salvação, mas a tudo poderia ter sido diferente na vida de Sansão.
Se realmente ele tivesse cumprido o seu voto, tivesse dedicado a sua vida ao Senhor ele poderia ter tido uma boa esposa e uma boa família, ele poderia ter sido rodeado de bons amigos e poderia ter sido o líder que o seu povo precisava. Pena que ele só percebeu isso quando não dava mais tempo.
Toda a história de Sansão nos faz lembrar-se de inúmeras pessoas que quando chegam ao fim da vida percebem que deveriam ter feito muitas coisas de modo diferente. Percebem que deveriam ter amado mais as esposas, esposos e os filhos, percebem que deveriam ter escutado mais os seus pais, percebem que deveriam ter se dedicado mais ao Senhor e infelizmente percebem que algumas consequências, algumas sequelas não dão para mudar.
Contudo, a história de Sansão, nas entrelinhas, revela uma luz no fim do túnel. Pois enquanto há fôlego de vida há esperança e hoje nós temos a oportunidade de nos arrependermos daquelas coisas que não foram boas para começar a trilhar uma nova vida ao lado de Cristo Jesus; hoje as esposas têm a oportunidade de serem mais amorosas com seus esposos e os esposos com suas esposas; hoje os pais e mães têm a oportunidade de serem mais cuidadosos com seus filhos e os filhos mais atenciosos e respeitadores para com seus pais; hoje nós temos a oportunidade de escolher o certo em detrimento ao errado; hoje nós temos a oportunidade de escolhermos a Salvação. Lembre-se, você pode começar a fazer a diferença do seu futuro a partir de agora, então escolha certo a fim de evitar uma vida de enganos como foi a vida de Sansão. Amém!

ANIVERSÁRIO DA SHB DA IGREJA BATISTA EM COMPORTAS


CRISTO ACIMA DE TUDO (1º DIA)
*Pr. Edivaldo Rocha

            Para mim é uma honra poder participar com vocês desse culto em louvor a Deus por mais um ano da União Masculina desta igreja, principalmente diante de uma divisa tão significativa como a do Livro de Atos 4:12, a qual quero recitar em uníssono com todos vocês.
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Quando lemos uma passagem bíblica como essa é comum procurarmos o contexto, no qual ela foi proferida, bem como quem a proferiu. Porque dependendo de quem pronunciou e onde, o significado de um certo versículo poderia variar consideravelmente.
Suponhamos que tivesse sido Herodes, quem pronunciou essa frase, então qual seria o significado? Seria uma ironia, considerando que Herodes foi um dos responsáveis pela morte de Cristo. É claro que não foi Herodes ou outro ímpio que proferiu essa verdade bíblica, mas um discípulo de nome Pedro. E qual era o contexto que gerou essa frase, qual era o cenário do momento? O cenário era um tribunal, que reuniu-se para julgar dois discípulos de Jesus, Pedro e João, por terem realizado um milagre em nome de Deus.
            A história dessa frase começa em um dia em que Pedro e João, às 15 horas do dia, se dirigem ao templo, a fim de orar. Na porta do templo havia um deficiente físico que suplicou alguma esmola. Até aquele momento, aquele homem não imaginava o que estava para acontecer. Pedro e João se dirigiram até o deficiente que pedia esmolas quando e este que pensava que iria receber uma moeda de bronze, ou quem sabe até uma de prata, foi surpreendido com uma frase desanimadora “Eu não tenho prata nem ouro” (At 3:6a). Mas antes que ele pudesse processar essa informação, outra coisa foi oferecida “mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (At 3:6b). O verso seguinte conta que o homem que era deficiente se pôs em pé em um salto e começou a glorificar a Deus. Fato que chamou a atenção de todos que estavam no recinto, então tomando da palavra o apóstolo Pedro começou a falar para as pessoas que aquilo foi possível por conta de um nome, Jesus, o Nazareno.
            Tentem imaginar o alvoroço e alegria que não tomaram conta daquele lugar, pois Deus acabara de realizar um milagre. O que aconteceu depois? Pedro e João foram presos. Enquanto passou a noite na prisão, Pedro teve tempo suficiente para com João compor um a defesa que tinha como tese central a divisa que acabamos de ler:
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Ainda pouco eu disse a vocês que dependendo do contexto e de quem fala determinada expressão, essa poderia ter vários significados. Mas permitam-me completar, pois tais expressões podem ter vários significados para quem ouve quanto para quem profere.
            Quem proferiu essa divisa, nós já sabemos que foi o apóstolo Pedro, mas quem foi Pedro até aquele dia em que proferiu isso?
            Convido vocês a acompanharem comigo, não uma biografia de Pedro, mas um caminhar progressivo até este dia em que estava sendo julgado. E como referência inicial, quero convidá-los a recordar do dia em que Pedro estava com os outros discípulos e Jesus, celebrando o que ficou conhecido como A Última Ceia.
            Os evangelhos narram que o evento da última ceia foi seguido de um momento em que Jesus se dirige para o Getsmani, a fim de orar.
Ele leva consigo Pedro, Tiago e João. Nessa ocasião Judas vêm ao seu encontro com os soldados e com um beijo o entrega nas mãos das autoridades as quais queriam prendê-lo. Então um dos discípulos, que ali estavam (os estudiosos apontam que foi Pedro), sacou a espada e cortou a orelha de um dos soldados. Provavelmente, Pedro queria decepar-lhe a cabeça, mas por agilidade do soldado em se esquivar cortou-lhe apenas a orelha. Jesus o repreende e faz uma cirurgia de reconstituição da orelha do soldado.
            Em seguida, Jesus é levado preso e os discípulos os seguem de longe. O que Pedro não contava era que alguém o reconheceria como servo de Jesus. Quando uma criada o questiona acerca se ele era seguidor de Jesus, o que Pedro faz? Ele nega. Uma vez? Não, mas três vezes. Já amanhecendo, o galo cantou e Pedro lembrou do que Jesus disse e chorou amargamente.
            Convém aqui fazermos uma pergunta: por que Pedro chorou?
Pedro chorou, pois pensou que por um instante pudesse salvar a sua própria...
“Mas não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Pedro pensou que por um instante poderia salvar a sua vida por meio da espada. Depois de fracassar com a espada, pensou que poderia salvar a sua vida por conta própria e então nega o fato de conhecer a Jesus. Quando aquele galo cantou; quando Jesus olhou para ele olho no olho, mesmo à distância, Pedro percebeu que não há salvação em nenhum outro a não ser em Jesus, o filho de Deus.
            Jesus foi julgado, crucificado, morreu e ressuscitou. E Pedro aprendeu definitivamente que em nenhum outro há salvação.
            O livro dos Atos dos Apóstolos mostra o início da trajetória da igreja depois da ascensão de Jesus aos céus. O livro começa narrando a vida de Pedro que dá uma verdadeira profissão de fé, não obstante oferecer o padrão de Deus para a mensagem cristã: as mais valiosas lições de homilética (ciência da pregação) estão nos primeiros discursos de Pedro, vejamos o foco dos discursos de Pedro.
            Logo no capítulo 2 de Atos, verso 14, Pedro faz o seu primeiro discurso depois da ascensão de Jesus e notem como ele se estrutura. Lembremos que um pouco antes, houve a descida do Espírito Santo sobre todos os justos e piedosos que estavam na Festa do Pentecostes.
·         V. 14-15 – introduz com o fato que acabara de acontecer – descida o E. S.;
·         V. 16-21 – Pedro lança mão de uma passagem bíblica do A.T. para dar base ao seu discurso ( Jl 2:28-32);
·         V. 22-24 – Pedro discorre sobre o tema;
·         V.25-28 – ilustra com uma poesia – o Sl 16:8-11 (salmos são poesias cantadas);
·         V. 29-32 – Pedro contextualiza ilustração e volta ao tema;
·         V. 33- 36 – Pedro usa uma forma de conclusão que chamamos na homilética de conclusão remissiva, pois vem resgatando a introdução, a ilustração e enfatiza novamente o tema, que no caso dessa mensagem foi, Deus fez de Jesus Senhor e Cristo.
O verso 37 desse capítulo 2 de Atos, mostra que nem precisou convite, para que quase três mil almas se convertessem.
No capítulo 3 sucede a cena que gerou a prisão dos discípulos: Pedro e João se dirigem ao templo e na entrada curam, em nome de Jesus, um deficiente físico. Depois desse milagre, Pedro novamente toma a palavra e dirige mais um discurso às pessoas. Notem novamente a mesma estrutura homilética.
·         V. 11-12 – Pedro lança mão de uma situação ocorrida – o milagre na porta do templo;
·         V. 13 – Pedro relembra do nome dos patriarcas do A.T. para dar base ao seu sermão;
·         V. 14-15 – Pedro relaciona o nome dos patriarcas com o nome de Jesus, conduzindo os ouvintes à lembrança da crucificação;
·         V. 16 – Pedro mostra o seu tema central: Jesus, a quem muitos rejeitaram, é o nome responsável pelo milagre;
·         V. 17-21- ele discorre sobre o tema;
·         V. 22-23 – Pedro recita mais uma passagem do A.T. Dt 18:15, 16 e 18;
·         V. 24 – aparece a ilustração que relaciona a passagem de Dt com as profecias e vida de Jesus.
·         V. 25 – Pedro, na conclusão remissiva, laça mão do exemplo dos patriarcas e a aliança com eles feita Gn 22:18, para concluir deixando claro que esse Jesus foi o mesmo que os homens crucificaram, mas que Deus o ressuscitou dentre os mortos.
Por esse milagre, seguido de um discurso, Pedro e João foram presos. Os discípulos chegaram ao templo por volta das três da tarde. Calculemos que o milagre, o alvoroço, o discurso, a chegada dos guardas, o prende, não prende levou mais umas três horas, detalhes que nos levam a crer que já eram seis da noite. Os soldados sem querem incomodar os membros do tribunal acharam por bem, deixar os dois pregadores na cadeia até o amanhecer.
 Durante a noite na cadeia Pedro e João prepararam a sua defesa. E mais uma vez percebemos a mesma estrutura de mensagem, só que dessa vez mais sintética, pois o tempo para defesa era limitado:
·         V. 9 - Pedro fala do fato ocorrido, o milagre e da alegria do povo– introdução básica;
·         V. 10 – tema central – Jesus, o crucificado, é filho de Deus que realizou milagres;
·         V. 11 – Pedro discorre sobre o tema lançando mão do Sl 118:22 para dar base – érdra angular;
·         V. 12 – Pedro conclui (essa mensagem não precisava ser remissiva por conta do tempo) com a reafirmação do tema:
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Meus queridos ouvintes, eu falei dessas coisas para vocês hoje, porque estamos vivendo dias em que muitos pregadores não estão fazendo de Jesus o artista principal de suas mensagens. Jesus parece mais um mero figurante. que mal aparece no filme.
            Em vez de pregarem a Jesus, os pregadores estão apresentando mensagens de autoajuda. E às vezes só de ajuda, pois a autoajuda pressupões que o indivíduo sozinho consiga resolver o seu problema. Mas essa ajuda oferecida, causa uma dependência daquele que oferece. Ou seja, aquele oferece é que domina a situação e nunca o que recebe.
 Muitos estão dizendo, venham para minha igreja que eu vou orar para amarrar, para soltar, para repreender, para abençoar, etc., as pessoas hoje oferecem nas igrejas ajudas das mais diversas, mas esquecem-se de oferecer a salvação que está em Cristo Jesus.
            Meu querido ouvinte, o pastor Malafaia, o missionário R.R. Soares, o bispo Edir Macedo, o apóstolo Valdomiro, até o pastor Edivaldo só podem oferecer ajuda. Mas o que realmente o ser humano, o que realmente você precisa é de Salvação, perdão dos pecados, e isso, você só vai encontrar em Jesus.
            Pedro pensou que pela espada ou por seus próprios esforços ele seria salvo, mas o canto do galo, o olhar de seu mestre, o fizeram lembrar, que só em Jesus há salvação.
            É por isso que o tema do primeiro discurso de Pedro era Jesus; o tema do seu segundo discurso era Jesus; o tema de sua defesa diante do Sinédrio era...
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Você pode até ter ouvido muitas mensagens que propõem ajudas e por falta de conhecimento da Palavra de Deus, você pode achar que essa ajuda é o máximo que o Senhor tem para te oferecer: uma ajuda qualquer um pode dar, e não precisa nem sequer ser pastor ser pastor, mas a salvação, essa só Jesus tem. Responda-me uma coisa nessa noite: você ainda vai querer sair da levando uma ajuda, um apoio moral, ou a Salvação de Cristo Jesus?

ANIVERSÁRIO DASHB DA IGREJA BATISTA EM COMPORTAS


CRISTO ACIMA DE TUDO (2° DIA)
*Pr. Edivaldo Rocha
Ontem falamos acerca do Cristocetrismo necessário a toda mensagem cristã. Ou seja, Jesus deve ser o centro de nossas vidas e das nossas ações, pois em nenhum outro há salvação.
Percorremos também uma descrição resumida da vida do apóstolo Pedro, desde o momento em que se reunia com Jesus na celebração do que ficou conhecido como a Última Ceia. Pedro aprendeu que ele não conseguiria salvar a sua vida por conta própria, pois o que o homem pode oferecer ao outro homem é no máximo uma ajuda, mas a Salvação está apenas em Cristo Jesus.
Hoje quero convidá-los a refletirem comigo acerca do momento do julgamento, o qual Pedro e João foram submetidos. Para tanto, abram sua Bíblias em At. 4:5-22:
No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos e os escribas 6com o sumo sacerdote Anás, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote; 7e, pondo-os perante eles, os argüiram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? 8Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos, 9visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, 10tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós. 11Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. 12E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. 13Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus. 14Vendo com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário. 15E, mandando-os sair do Sinédrio, consultavam entre si, 16dizendo: Que faremos com estes homens? Pois, na verdade, é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos negar; 17mas, para que não haja maior divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja. 18Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. 19Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; 20pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. 21Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram, não tendo achado como os castigar, por causa do povo, porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera. 22Ora, tinha mais de quarenta anos aquele em quem se operara essa cura milagrosa.”

O primeiro detalhe a ser observado nessa passagem era a composição do Sinédrio. Basicamente era formado pela cúpula dos sacerdotes do judaísmo – os lideres mais eminentes dos judeus organizaram um tribunal religioso.
Dando início à sessão, os responsáveis pelo interrogatório questionaram em nome de quem ou com que poder, eles realizaram aquele feito, que levou as pessoas a ficarem eufóricas. Nós não temos como precisar quanto tempo exatamente se deu desde o último tumulto que gerou um outro julgamento polêmico. Falo do julgamento de Jesus. O que podemos calcular, por alto, é que da crucificação para a festa do Pentecostes temos um intervalo de cinquenta dias. A morte de Estevão data do ano 36aD, então podemos localizar esse evento, datando no máximo de três anos depois da crucificação e no mínimo dois meses. Quero dizer que este julgamento ocorreu depois de sessenta dias da morte de Cristo e antes do terceiro ano da formação da igreja.
 É claro que muita coisa aconteceu até o dia em que Pedro e João foram ao templo e realizam, em nome de Jesus, um grande milagre. Podemos concluir que se passou um tempo razoável desde a crucificação. De qualquer forma, não foi tempo suficiente para apagar a lembrança do julgamento de Jesus e sua punição. Hoje, quase dois mil anos depois, ainda lembramos.
Ao que parece, é um julgamento que está respeitando as regras legais, exceto por um detalhe: qual crime os discípulos cometeram para serem julgados?
Independente de culpa ou não, Pedro, CHEIO DO ESPÍRITO, recebe o direito de falar em sua defesa e a partir do verso nove começa a sua argumentação.
Pedro demonstrou uma habilidade de ordenação de ideias e de retórica em seu discurso de defesa. Uma habilidade de oratória, que surpreendeu os lideres do tribunal. O que ficou evidente é que pela ação do Espírito Santo, homens iletrados demonstraram habilidades retóricas de ilustres magistrados.
Com isso, podemos perceber, como é que se esperava naquela época que a justiça fosse estabelecida – não é muito diferente de nossos dias.
Não importava a verdade em si, pois vencia as disputas judiciais, aqueles que dispunham de habilidade de transformar as verdades em mentiras e as mentiras em verdades. Não importava o caráter das pessoas, mas a capacidade de argumentação.
Notem o que as autoridades fizeram: prenderam dois homens que em nome de Jesus realizaram um milagre.
Que lei eles violaram? Que regras eles quebraram? Mesmo sendo um tribunal religioso, qual mandamento da Lei de Moisés eles violaram? Teria sido aquele de “Não realizarás milagres na porta do templo”, que não existia? Em suma, eles foram presos em um flagrante de crime que não existiu.
A intenção das autoridades era que aqueles homens, pelas suas próprias palavras fossem condenados, pois eles sabiam que se tratava de homens iletrados. Mas o que eles não contavam é que o Espírito Santo dá ao iletrados a habilidades dos mais talentosos oradores. Ou seja, Deus separa o homem mais simples para persuadir os que se dizem mais sábios.
Ao verem que a habilidade retórica daqueles homens era suficiente para comprovar que a verdade que apresentavam, era de fato verdade e que os fatos não podem ser desmentidos, afinal, o homem que fora curado milagrosamente estava ali bem diante de seus olhos, os sacerdotes se viram diante de um grande problema. E por falar em olhos, permitam-me abrir parênteses para ilustrar isso que estou colocando, recordo-me de uma reflexão que intitulei, “A cegueira da intolerância”.
Eu tomei como base o capítulo nove do evangelho de João, o qual narra a cura de um cego de nascença. É aquela passagem que diz que os discípulos mostraram para Jesus um deficiente visual. Jesus vendo-o, cospe no chão e faz lama a qual passa nos olhos do cego, que passou a enxergar.
Essa passagem é interessante, pois os pais do deficiente viram a cura, todos os vizinhos viram a cura, mas quando os fariseus começaram a interrogar acerca do ocorrido, por medo, todos disseram que não viram nada. Até os pais do jovem, quando arguidos, disseram que ele já era adulto o suficiente para responder as aquelas perguntas. Chegaram, então diante do jovem que foi curado e, permitam-me a coloquialidade, perguntaram
—“E ai?”
— “E ai é que eu estou enxergando, por causa de Jesus”.
— Dá glórias a Deus, pois ele pode ser pecador.
— Se é pecador eu não sei, só sei que estou enxergando [...]

Para encurtar esse relato, o qual recomendo que vocês leiam a integra em suas casas, o fato é que tentaram fazer com que aquele homem acreditasse que Jesus não tinha feito nada – tentaram até convencê-lo de ainda estar cego. Eles já haviam calado até os pais do jovem, que preferiram fechar os olhos a enxergarem a verdade que está em Cristo Jesus. Essa história que nos faz concluir que o pior cego é o aquele que não quer ver.
Talvez os sacerdotes cogitassem que não adiantava dizer que não houve milagre, pois o homem curado de uma deficiência à porta do templo, estava ali, pulando na frente deles. Não caia bem tentar desmentir milagres, aquela experiência dos fariseus em tentar descredibilizar o milagre de Jesus para com o cego não foi bem sucedida.
O verso dezesseis de Atos narra que os sacerdotes estavam enxergando a verdade – ela estava pulando de alegria - mas optaram por endurecer o coração. Mesmo assim, eles não pararam por ai. Os versos dezessete, dezoito e dezenove descrevem a última tentativa de argumentação dos lideres dos sacerdotes: então eles oferecem a liberdade em troca do silêncio. Vocês conseguem perceber o jogo de palavras? Oferecem liberdade para aqueles que não deveriam, nem sequer, estar presos. A resposta de Pedro foi a seguinte:
“Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4:20)”
O verso vinte e um mostra que os sacerdotes não tinham como mantê-los presos e os mandaram ir, por causa do povo que estava louvando a Deus pelo ocorrido.
A história desse julgamento nos ensina uma coisa que não podemos esquecer: quando nós optamos por fazer de Jesus Cristo o centro de nossas vidas e de nossas ações, nós começamos a incomodar até os lideres religiosos do povo. Ou pelo menos, aqueles que se dizem lideres religiosos.
Por se incomodarem, esses se valem da persuasão, da retórica, das leis, e alguns menos escrupulosos ainda se valem do constrangimento e chegam ao ponto de manipularem alguns textos bíblicos para tentar calar todo aquele que faz de Cristo o centro de suas vidas e de suas mensagens, mas
“Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4:20)”
Pedro chegou a negar a Jesus por três vezes, isso é verdade. Mas ele não estava mais disposto a fazer isso novamente, porque...
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4:12).”

            Quero concluir, reforçando o desafio que lancei ontem a vocês: façam de Jesus o centro de suas vidas, pois
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.

E quando fazemos isso, Deus é engrandecido e louvado pelo povo, conforme observamos no verso vinte e um dessa passagem: “porque todos glorificavam a Deus pelo ocorrido”.
Quer ver a o povo desse lugar dando glória a Deus? Faça de Cristo o Centro de sua vida.

Amém!

15 ANOS - MENSAGEM BÍBLICA


CARTA À ALINE
*Pr. Edivaldo Rocha

“Quando eu era menina, falava como menina, sentia como menina, pensava como menina; quando cheguei aos meus 15 anos, desisti das coisas próprias de menina” (paráfrase de 1Co 13:11).
Hoje nesta ocasião especial, não farei uma pregação, mas contarei uma história, que por sinal não é minha, e sim de Paulo Mendes Campos*. E essa história também não era dele, e da mesma forma que modificou a original, eu modificarei a dele a começar pelo título: ele intitulou sua história com a seguinte indicação, Para Maria da Graça. Eu a chamarei Carta à Aline. E conta o seguinte:
         Quando ela chegou à idade avançada de 15 anos e eu lhe dei de presente o livro Alice no País das Maravilhas.
         Este livro é doido, Aline (se você não leu, deveria ler): ele é doido, porque o sentido dele está em ti.
         Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Aline, é louca.
Aline, não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação é perplexa e quantas vezes mais tentares responder essa pergunta, mais forte te tornarás. Você deve preocupar-se em responder a esse questionamento, mas se um dia não encontrares a resposta, inventa uma.
         A sozinhez (esquece essa palavra que Paulo Campos inventou como alguém que também inventa respostas agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas, nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados conseguem abrir uma porta bem fechada e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta. Isso nos leva a entender que muitas vezes na vida, mesmo rodeados de pessoas, nos sentiremos sozinhos, Aline, mas quando quiseres sentir a companhia de alguém, basta abrir a porta do quarto e se sentar no meio dos outros. Isso ajuda a vencer a solidão.
Falo isso, porque todos nós somos todos tão bobos. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências ou grandes recompensas. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece geralmente às pessoas que comem bolo (podem até engordar, mas não crescem).
Aline, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser séria ou profunda, nem todo sermão precisa ser assim também.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia. Pois há quem diga que viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato; experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gatos se fosses eu?”. Nessa vida constantemente precisamos contemplar outros pontos de vista antes de julgar as pessoas
Os homens vivem apostando corrida, Aline. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os corredores chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Aline Araújo, disputar uma corrida se a gente não conseguirá saber quem venceu. Para a tua sabedoria de bolso guarda isso também: se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde queres, ganhaste.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais perfeitos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Alinezinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. Há dias que pensamos que os ratinhos são grandes hipopótamos, bem como há dias em que fazemos dos hipopótamos ratinhos. Durante a vida vivemos fazendo essas trocas. Mas como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor. Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de sofrimento ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Aline, com as grandes ocasiões elas às vezes podem nos enganar.
Então, mais uma palavra de bolso: porque a vida é assim, às vezes as pessoas se entregam de tal forma ao sofrimento, com uma tal auto-piedade, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago,  pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas". Conclusão: a própria dor tem a sua medida. É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Aline Araújo.
E como eu não poderia terminar, sem te dizer algo que meu ofício de pastor me obriga, te direi mais uma palavra que deves guardar no coração, Aline: quando nós fazemos quinze anos o mundo parece diferente, parece mais colorido e não são poucas vezes que esses detalhes têm o poder de nos fazer esquecer de coisas importantes. Nessa vida, Aline, não importa a idade que temos, sempre precisamos da família. E também não importa onde estejamos, sempre precisaremos do Senhor nosso Deus. É por isso que o escritor bíblico disse, “lembra-te do eu criador no dia da tua mocidade, antes que cheguem maus dias em que dirás que a alegria parece não fazer mais parte dele (paráfrase de Ec 12:1).
Se atentares para essa história, terás tudo para te sentires bem. FELIZ ANIVERSÁRIO!


* Texto extraído do livro “O Colunista do Morro”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1965, pág. 23

QUEM É O CULPADO?

A SÍNDROME DE CAIM
*Pr. Edivaldo Rocha

“Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor. 2Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. 3Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. 4Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; 5ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. 6Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? 7Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4:1-7).

            Essa última semana soube de alguém que estava sobremodo enfurecida com Deus por conta dessa passagem bíblica que acabamos de ler. Ao se deparar com a história de Caim e Abel a jovem acusara Deus de ser egoísta. Ela dizia que Deus valorizou a oferta de Abel e desprezou de Caim, visto um ter oferecido um animal e o outro, apenas vegetais.
            Achei interessante a indignação da jovem e resolvi me deter nessa passagem e acompanhem o que eu descobri:

                       I.        DEUS NÃO É EGOÍSTA, MUITO MENOS MAL-AGRADECIDO
Deus não é egoísta, muito menos mal-agradecido. Essa afirmação parece ser óbvia, mas para quem não tem conhecimento das Escrituras é fácil confundir o que Deus faz de bom com coisas ruins.
A jovem questionava a generosidade de Deus por achá-lo egoísta. Talvez ela desconheça o que ele fez pela humanidade. Quando nós abrimos nossas Bíblias no evangelho de João 3:16 notamos até que ponto pode ir a generosidade de Deus em relação a ser humano:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

O amor de Deus é um amor que se doa (ele próprio se doou para salvar-nos da perdição).

                            II.        O PROBLEMA DA OFERTA
Quando voltamos para o episódio de Gênesis e levando em consideração a oferta apresentada, chegamos à conclusão que não se tratava de animais ou vegetais, e sim de intenções abrigadas no coração. Reparem o que narra os versos seis e sete:
“Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? 7Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”

O coração de Caim estava cheio de amargura que não permitia que ele percebesse que não era “o que”, mas “como” a oferta estava sendo entregue. O salmista conhecia essa verdade e narrou o seguinte: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (Sl 66:18). Logo no início do seu ministério, Jesus alertou os discípulos sobre essa questão e disse que quando tivéssemos alguma queixa contra alguém, era preciso deixar a oferta no altar e voltarmos para nos reconciliamos com nosso irmão (Mt 5:24). O crente pode oferecer um milhão de reais, mas se seu coração abrigar a vaidade, o rancor, a indiferença ou o ódio, jamais essa oferta chegará diante do seu Deus com cheiro suave.

                               III.      DEUS DEMONSTRAVA MAIS ATENÇÃO E CARINHO PARA COM CAIM, QUE PARA COM ABEL

Se nós olharmos para essa história com mais atenção perceberemos que quem morreu foi o Abel e não o Caim. Poderíamos perguntar, por que Deus não livrou Abel, já que sua oferta foi aceita e a de Caim não?
Alguns podem considerar Deus um traidor. Porém, como na história do filho pródigo, Abel já tinha tudo (e ele sabia disso, diferente do filho mais velho da parábola), daí Deus, de certo modo não livrá-lo, pois Abel já tinha um lugar preparado.
Por que Deus muitas vezes não livra os crentes da morte? Porque eles estão prontos.
Às vezes nós nos esquecemos de olhar a vida pela perspectiva de Deus e consideramos a morte do crente uma perda irreparável. Mas na realidade, e como bem disse Martin Luther King Jr., todas as coisas que guardamos conosco, essas nós perdemos. Contudo as que guardamos nas mãos do Deus, essas teremos eternamente. Ninguém mais poderia tocar em Abel, pois ele estava agora guardado nas mãos do Senhor.
Quem não estava pronto era Caim. Nesse contexto, percebemos um comportamento, da parte de Deus, no mínimo interessante.
No Antigo Testamento Moisés conheceu a Deus como Ihavé (Eu sou) Jacó chamou a Deus de El-Shadday (Deus todo-poderoso); Agar chamou a Deus de El- Ray (Deus que me vê); Abraão chamou de El-Olam (Deus Eterno). Muitos outros nomes foram dados a Deus, mas no Novo Testamento, Jesus chamou a Deus de Abba (papai). E foi com o comportamento de um pai que Deus se manifestou a Caim.
O que acontece com os filhos rebeldes, considerados as ovelhas negras da família? Os pais desferem mais atenção, mais carinho. Os irmão e parentes de “ovelhas negras” geralmente dizem, “fulano só dá trabalho e desgosto, mas é o preferido da mamãe”. Os que estão em volta dos que são rebeldes, às vezes, não entendem que não é uma questão de preferência, e sim de cuidado, é um desejo que o rebelde se ajeite, que aproveite a vida, que seja feliz.
Caim, a exemplo de muitos filhos rebeldes, não entendeu que o Senhor quis ser-lhe um pai. Ele mesmo se achou discriminado e rejeitado, quando na realidade ele foi o mais amado.

                               IV.      SÍNDROME DE CAIM
Ao ler essa passagem também descobri que hoje muitas pessoas vivem essa “Síndrome de Caim”. Acham que seus pais, que Deus, que a igreja, e o resto do mundo estão contra elas. Com isso acabam por se enclausurar em prisões psicológicas que em muitos casos e infelizmente levam a tragédias. A história de Caim tinha tudo para ter um final feliz. O único a não querer esse final feliz foi próprio Caim. Deus o havia alertado “eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4:7).
Isso pode até parecer cruel, mas os nossos dilemas, as nossas crises as nossas neuroses e as nossas perturbações e os nossos complexos somos nós mesmos que teremos que tratar. Porque não há tratamento que não dependa primeiramente da pessoa afetada. A pessoa pode tomar caixas e mais caixas de antidepressivos, ansiolíticos, frequentar os melhores psiquiatras e psicólogos e até ir para sessão do descarrego, porém nada disso terá efeito se a pessoa afetada não se dispor a mudar a sua situação. O complexo de inferioridade, o sentimento rancoroso e homicida que estavam na mente de Caim, só ele mesmo poderia dominar. E o nome disso é liberdade (ou livre-arbítrio) para ser o que você quiser ser.

                                  V.      DEUS AMOROSO E RESPEITADOR DE NOSSA VONTADE
No final de tudo descobri, ou relembrei com base nessa passagem que Deus é um Deus que respeita a nossa vontade, não obstante nos amar deliberadamente como um pai ou uma mãe ama seus filhos.
É um amor tão desprendido que ele mesmo se doou pelas “ovelhas negras”, pelos “filhos rebeldes” só para que eles e aqueles que os rodeiam entendessem que eles são verdadeiramente amados, como você e eu.
Depois de descobrir e relembrar tudo isso me interrogo acerca de algumas coisas:
·     Oferta – como minha oferta chega à casa do Senhor? Ela chega cheia de gratidão ou vem espremida no saco de rancor e amargura?
·     Comportamento – eu me comporto como filho que reflete o amor do Senhor ou como filho rebelde, complexado colocando a culpa das minhas frustrações em tudo e em todos, sem buscar saná-las?
·     Entendimento – será que tenho procurado entender no tempo oportuno que quando Deus chama a minha atenção é porque ele me ama.
Hoje as escolas, os ambientes de trabalho, as igrejas e as famílias estão cheias de pessoas que vivem a “síndrome de Caim”. O que falta a essas pessoas é entender que Deus as ama, que suas famílias as amam.
É preciso dar um basta nessa culpabilização dos outros por traumas que são nossos. Na verdade não há culpados nessas histórias, só vítimas, que precisam ser resgatados com amor. Mas até o amor precisa ser aceito.
Caim não aceitou o amor de Deus e preferiu se isolar mais e mais nas suas angústias. É triste ver isso acontecer. Por isso jamais cessem de falar do amor de Deus que curas as feridas daqueles que permitem uma ação divina. Os “Cains” que estão a nossa volta precisam entender que em Cristo há solução para suas vidas. Deus jamais rejeita aqueles que o buscam de coração. Reflita nessas coisas. Amém!

MENSAGEM BÍBLICA


2011, O ANO DO ENCONTRO
Êx 19:1-25
*Pr. Edivaldo Rocha

            Geralmente marcamos nossas vidas pelo ponteiro do relógio e pelas datas do calendário. Medimos nosso trabalho por horas, alimentamo-nos em horários determinados, festejamos de acordo com a data do calendário, medimos aspectos subjetivos da existência humana pela idade (temos a presunção de dizer que uma pessoa está madura para vida aos dezoito anos de idade, então decretamos sua independência legal, esquecendo que maturidade não está condicionada ao tempo de vida e sim a experiência vivida e assimilada ao longo dos anos), até os cultos estão condicionados aos dias e horas pré-estabelecidos.
A nossa finitude faz com que nos apeguemos ao tempo cronológico de tal modo que se abolissem os marcadores de tempo, dificilmente nos adaptaríamos.
Estamos tão habituados ao condicionamento temporal que até mesmo nossos sonhos e planos são enquadrados em datas. Talvez seja por isso que ao final de cada ano, muitas pessoas se sintam frustradas por não terem alcançado o objetivo dos planos arquitetados e dizem que passou mais um ano e nada de novo aconteceu.
Para essas pessoas que terminam o ano frustradas por não terem alcançado seus objetivos por mais um ano, permitam-me antecipar uma passagem bíblica confortadora: Ec 3:1-8 diz que há um tempo determinado para cada coisa aqui na terra, porém esse tempo não está condicionado ao tempo cronológico, mas a um tempo de Deus. Logo, se o Senhor prometeu algo para sua vida e terminou mais um ano e isso ainda não se concretizou, não temam, pois Deus está no controle de nossas vidas.
A cada final de ano repetimos um ciclo de avaliação do ano que se passou e de programação do ano que se inicia. É comum nesse período visualizarmos os planos que fizemos no ano anterior e quais deles foram executados e quais deles obtiveram resultados satisfatórios. Mal concluímos um ano e já pensamos no final do próximo: “como será o final de 2011?”
Não há nada de errado em projetar o futuro, pelo contrário, é até aconselhável que isso aconteça, mas quero chamar a atenção de vocês para um detalhe que muitas vezes esquecemos-nos de projetar: a nossa vida espiritual. Se pudéssemos dividir a nossa vida e “sub-vidas” (ou áreas) para melhor planejá-la, diríamos que temos:
·         Uma vida financeira:
·         Uma vida profissional;
·         Uma vida social;
·         Uma vida familiar;
·         Uma vida emocional ou sentimental;
·         E uma vida espiritual.

Lamentavelmente, projetamos várias áreas de nessas vidas e desconsideramos a nossa vida espiritual. Projetamos o que iremos gastar ou poupar; qual o rumo de nossa carreira, onde iremos trabalhar; com quem nos relacionaremos socialmente; o que será dos filhos, onde estudarão, que curso farão; do ponto de vista emocional projetamos deixar de sofrer (quando é o caso), quem namoraremos, com quem casaremos; mas dificilmente projetamos a nossa espiritualidade.
Sabem por que isso acontece? Porque achamos que ela já está completa e plenamente desenvolvida. Provavelmente quem pensou assim foi a igreja da cidade de Filipos, pois em carta aos filipenses, o apostolo Paulo disse e alertou o seguinte, no que diz respeito a sua espiritualidade:
“12Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. 16Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos” (Fl 3:12-16).”
Enquanto estamos aqui, nesse plano temporal, é imprescindível não descuidarmos de nossa espiritualidade e de nossa fé.
Irmãos, quando nos lembramos de anos passados, recordamos de pessoas que outrora estavam conosco e que hoje não estão mais. Uns estão na glória do Senhor, mas outros estão no mundo e dentre os muitos fatores que os levaram a sair da igreja está a falta de programação da vida espiritual. Quem não considera esse aspecto, diante das dificuldades, dos escândalos, das perseguições e ciladas do inimigo, cairá.
A vida espiritual não é diferente de qualquer outra área de nossas vidas: se não planejarmos o que faremos com nossos recursos financeiros, corremos o risco de nos endividarmos; se não cuidarmos do nosso futuro profissional, corremos o risco de ficarmos desempregados ou insatisfeitos com nossos empregos; se não cuidarmos das nossas famílias, envolvendo-a em um plano de amadurecimento, divisão de tarefas, responsabilização gradativa pelas coisas da própria família, corremos o risco perdermos os filhos para as drogas, etc.; se os namorados e os noivos não fizerem planos, nunca casarão.
Não é diferente com a vida espiritual. Se nós não avançarmos na leitura da Bíblia, na oração, na comunhão, no louvor, na solidariedade, nós vamos nos enfraquecer e morrer espiritualmente.
Dentre os escritores do Novo Testamento, Paulo foi considerado o mais erudito. Mesmo assim ele disse que ainda precisava caminhar mais, precisava conhecer mais, precisava se entregar mais, a fim de alcançar a coroa da salvação.

Estamos a poucos minutos de 2011, você já começou a pensar o que você fará com sua vida do ponto de vista espiritual?
O Antigo Testamento nos mostra uma narrativa que descreve o interesse do povo em se aproximar mais do seu Deus. No livro do Êxodo, capítulo dezenove, Deus marca um encontro com seu povo.
Moisés era o líder do povo. Deus falava diretamente com ele. Mas isso não era o que Deus queria. Deus queria muito mais. Deus queria falar a cada coração. Deus não quer só falar ao coração do Pastor, do musicista, dos lideres, para depois falar ao coração da igreja. Ele quer falar com cada um aqui presente. Tem coisas que ele não quer dizer para mim. Tem coisas que Deus quer falar diretamente com vocês. Tem bênçãos que ele quer entregar diretamente em suas mãos. Para isso, é preciso comparecer ao local do encontro.
É disso que fala a passagem do capítulo dezenove de Êxodo, pois no capítulo vinte, Deus entregou os Dez Mandamentos ao povo.
Para esse encontro havia algumas etapas a serem cumpridas. Duas delas estão descritas no verso 10:
“Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles as suas vestes”.

·         PURIFICAÇÃO
A purificação diz respeito ao processo interior de libertação e rejeição dos sentimentos da carne. A purificação é a limpeza da alma. Como que se limpa a alma? Com oração, com leitura, com meditação, com arrependimento de pecados.
·         LAVAGEM DAS VESTES
Lavar as vestes diz respeito ao processo exterior. Se a purificação promove a limpeza daquilo que a pessoa é por dentro, a lavagem das vestes promove a limpeza daquilo que somos por fora. Vocês já ouviram aquela expressão “lavar a roupa suja”? Sempre que a proferimos, é nos sentido de conflito de uma pessoa com outra. E nesse aspecto também podemos afirma, simbolicamente, que a lavagem das vestes representa a resolução dos conflitos que temos com os outros. Como é que se lava roupa suja? Com água, com sabão, com esforço. Percebam que Deus não disse, “batam só o pó das roupas”. Ele disse “lavem as vossas vestes” – chega de empurrar a sujeira para baixo do tapete. Esse é o segundo passo.
·         PUSERAM-SE AO PÉ DO MONTE DE DEUS
O terceiro passo está descrito no verso dezessete de Êxodo 19:
“Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.”
            O terceiro passo é ir ao encontro de Deus. Percebam que essa passagem fala que o povo se purificou; o povo lavou suas vestes (que simbolicamente representa a resolução de seus conflitos), mas era necessário mais um passo: COMPARECER NO LOCAL DO ENCONTRO.

            Meus queridos irmãos, há muitos crentes que estão enfraquecendo na fé, porque acham que podem ter uma vida espiritual equilibrada dando apenas os dois primeiros passos, ou às vezes só um deles.
            Notem que não era só a purificação, ou só a resolução dos conflitos, tampouco a presença no local do encontro, mas essas três ações em conjunto é que fizeram e fazem, ainda hoje, toda a diferença.
Como se chega ao local de encontro com Deus? Primeiro e sabendo onde é esse local, segundo é dispondo-se a ir, pois ninguém chega na igreja se não estiver disposto a caminhar um passo após o outro; e terceiro é estabelecendo a prioridade de querer estar no local e hora marcada (quem não desliga a TV, não chega a tempo no local do encontro).
            O verso 14 mostra que povo cumpriu as etapas do planejamento do encontro e Deus falou poderosamente ao coração de todo povo.
Que em nosso planejamento de 2011, o aspecto espiritual de nossa existência seja o primeiro a ser cogitado, sabendo que quando buscamos o Reino de Deus e sua Justiça, as demais coisas nos são acrescentadas (Mt 6:33).
FELIZ 2011 COM JESUS NO CORAÇÃO!
           
           


ILUSTRAÇÃO


COMO VER DEUS

“Conta-se que certo dia, viajava num desses transatlânticos que cruzam os mares um homem cuja fama no navio era de ser um verdadeiro cristão. O capitão, homem incrédulo e de uma vida um tanto irregular, querendo divertir-se à custa do cristão, chamou aquele servo de Deus num dia de sol, com o horizonte límpido e lhe disse em tom de zombaria e escárnio: ‘veja aqui o meu potente binóculo. Tenho procurado de todos os meios ver se encontro Deus, mas depois de longos anos de pesquisas, perscrutando o horizonte, não encontrei’. ‘Ora’- disse o cristão – “o seu binóculo é muito fraco, precisa de um com maior potência”! ‘Como’? – perguntou o capitão – ‘este é o mais potente que existe’. E o cristão respondeu: ‘não! Existe outro ainda mais potente’! ‘Qual’? Foi a pergunta do capitão. ‘Muito simples’! – respondeu o cristão – ‘bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. Eis o binóculo potente para vê-lo. Possua esse poderoso instrumento, senhor capitão’! Este abaixou os olhos e retirou-se calado, pois o seu coração não era puro”...
  
Autor: José Josivan Jovino da Silva, de Serra Talhada. 
Disponível no calendário 2009 com meditações diárias luz e vida.