terça-feira, 26 de abril de 2011

QUANDO A DUVIDA NOS ASSOLAR

INVENTÁRIO DE NOSSAS DIFICULDADES

Quando as coisas estão difíceis (uma doença, uma separação, uma dívida, uma confusão, por exemplo), de que precisamos?
Precisamos de um pouco de silêncio, mas não muito, silêncio que nos permita nos distanciar do diagnóstico que fizeram ou nos fizemos, como se a dor fosse de outrem, para que possamos fazer um auto-retrato verdadeiro, mesmo que duro.
Precisamos de um pouco de ousadia para, como na linda oração, aceitar o que precisamos aceitar e rejeitar o que precisamos rejeitar, uma tarefa que exige lucidez num momento em que a nossa razão não é plena. Por isto, o necessário silêncio inicial.
Precisamos procurar um rosto no qual olhar, um rosto que se estenda em ombros, braços, ouvidos e lábios, ombros sobre os quais chorar, se for caso; braços, que nos possam conduzir, se for o caso; ouvidos diante dos quais possamos ficar nus, se for o caso; lábios que nos ofereçam uma orientação, se for o caso.
Precisamos abrir um livro, que nos faça ir além de nós mesmos, pelos convites à troca de experiências, mesmo que unilateralmente; um livro que nos ajude a escapar, mesmo que por um tempo estratégico, da contaminação que o nosso problema dissemina; um livro que nos conte histórias de superação, porque outros percorreram um dia o nosso labirinto; um livro que nos mostre a insuficiência do otimismo superficial ou do pessimismo profundo.
Precisamos olhar para o Deus em quem cremos, mirando em Jesus Cristo que, ao sofrer o que sofreu, emocional e fisicamente, completamente nos revelou quem Deus é e quanto Ele se importa conosco, mesmo quando não remove pela raiz a nossa dor.


E tudo isto demanda coragem.

Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
DISPONÍVEL EM http://www.prazerdapalavra.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4131:bom-dia-inventario-de-nossas-dificuldades-&catid=1517:bom-dia&Itemid=7882

domingo, 24 de abril de 2011

PÁSCOA 2011 - CULTO DA RESSURREIÇÃO


DIANTE DO SEPULCRO VAZIO

*      Música Via Dolorosa
A música que acabamos de ouvir descreve o caminho que Jesus percorreu até o Golgota. Foi um trajeto que ninguém gostaria de percorrer em seu lugar. Volta e meia vejo algum documentário acerca desse trajeto chamado de Via Dolorosa mostrando pessoas que se deslumbram por percorrer o caminho que Jesus percorreu. Os sorrisos nos rostos descrevem a alegria dos viajantes em pisar em um lugar que se tornou parada obrigatória para os turistas de todas as partes do mundo. Muitos nem conseguem mensurar o que aquele caminho um dia representou. Pois foi nele que Jesus deu seus últimos passos antes da crucificação.
Pela chamada Via Dolorosa “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53:7).  A Via Dolorosa leva ao Golgota e lá Jesus disse que tudo já era consumado (Jo 19:30).
Passado três dias, um outro acontecimento se deu. E para narrar esse novo acontecimento, convido vocês a abrirem suas Bíblias no Evangelho de Lucas 24:1-12. Por hora, destacaremos apenas os três primeiros versos que afirmam:
“Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado. E encontraram a pedra removida do sepulcro; mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus” (Lc 24:1-3).

            O sepultamento de alguém mais que querido não algo fácil de acompanhar. É como se as pedras ou a terra que envolvesse o túmulo criassem uma barreira que jamais pudesse ser traspassada. É como se uma distância fosse estabelecida e não pudéssemos diminuí-la
Depois de uma cerimônia fúnebre, as pessoas começam um processo inconsciente de adaptação. Não são poucas as vezes que os flashs vêm a nossa mente com a lembrança daquela pessoa que se afastou do nosso convívio. Creio que todos que estavam reunidos depois da crucificação de Jesus passavam por essas coisas que acabo de falar. Atrelados a esses sentimentos de adaptação, as lembranças da crucificação só deixavam os ânimos muito mais abatidos. Tentem agora imaginar quais flashs passavam pelas cabeças daqueles que assistiram o caminhar de Jesus pela via dolorosa e sua crucificação.
 De repente surgiu uma notícia que abalou a todos apóstolos e o demais que estavam na casa: o sepulcro estava vazio.
A única reação que Pedro teve foi de correr até o lugar onde sepultaram a Jesus. Chegando lá, na havia nada além dos lençóis sobre pedra.
A Bíblia diz que todo aquele que busca, encontrará (Mt 7:7). Mas essa passagem não confirmou-se para a procura de Pedro. Pelo menos não da forma que ele imaginava, pois Pedro procurava um túmulo que ainda mantivesse o corpo de Jesus imóvel pela morte. Se essa era a busca de Pedro, ela não iria promover o resultado que ele esperava, porque Jesus não estava mais ali.
As emoções que todos sentiram até aquele momento não iriam se comparar a carga emocional que agora se apresentava. O sepulcro vazio poderia criar alguns pensamentos nas cabeças dos apóstolos. Uns poderiam pensar que alguém pudesse ter o descabimento de ter roubado o corpo de Jesus; outros poderiam pensar que os soldados romanos transferiram, sem autorização da família, o corpo para outro túmulo mais seguro; enfim, eram tantas hipóteses que aqueles mais achegados a Jesus poderiam sentir um certo desespero.
A frustração de procurar algo e não encontrar tomou conta daqueles que ainda não sabiam direito o que havia acontecido. Já não fosse suficiente o que aconteceu há três dias, agora a violação do sepultura que jazia o seu corpo era um golpe muito duro, poderiam pensar alguns que estavam com os discípulos. E não só para eles, mas para qualquer um.
Enquanto pensava nessas coisas lembrei-me de milhares de pessoas que todos os dias compõem caravanas para visitar a Cidade Santa. Um dos pontos obrigatórios é o local onde sepultaram a Jesus.
Mesmo sem dispor de pesquisas oficiais sobre o tema, não é descabido supor que um grande número de pessoas procura encontrar no túmulo vazio algo que lhe conduza a Jesus. Até a Igreja Católica construiu nas imediações a Igreja do Santo Sepulcro, a fim de atender os peregrinos de terras distantes. O que essas pessoas talvez não consigam perceber é que o túmulo está vazio.

           Hoje em vez de uma pedra na entrada do túmulo, há uma porta de madeira com uma inscrição em inglês que diz, He is not here. For He is Risen (ele não está aqui. Pois ele é ressuscitado – ou, pois ele ressuscitou). Por mais que esta inscrição diga que Jesus não está mais ali, as pessoas ainda o procuram, mas isso não vai mudar o fato de o túmulo estar vazio.
 Da mesma maneira que Pedro buscou e não encontrou, muitas pessoas ainda hoje buscam e não acham, porque não sabem o que estão procurando.
Quantas pessoas que realizam peregrinações à Cidade Santa em busca de um Jesus morto não se frustram por encontrar o túmulo vazio. Talvez essas pessoas se contentassem em encontrar ossos na tumba, mas quem ressuscita não deixa ossos na tumba. Há muitas pessoas que ainda hoje pensam que Jesus continua pregado na cruz, mas quem ressuscita não fica pregado em cruz. Há quem defenda que Jesus foi apenas um homem que falou de fraternidade e amor ao próximo. E esses também não se conformam em perceber que o túmulo está vazio. Eles não aceitam a ideia que o túmulo de outros lideres religiosos contenham seus restos mortais para atestarem que eles de fato existiram, mas os restos mortais Jesus não estão lá no túmulo para provar que ele já existiu. Pois quem ressuscita não precisa provar que já existiu, porque ainda existe.
Os outros lideres religiosos deixaram seus restos mortais em lugares que hoje são visitados por milhares de viajantes.
Por mais que milhares de pessoas visitem a Cidade Santa e optem por passar no sepulcro, elas terão que se conformar como fato que Jesus não pode ser visitado no túmulo, porque ele não está lá. E sabem por que ele não está lá? Porque ele vive. E é por essa razão que celebramos e cantamos a sua ressurreição.

*      Hino 545HC Porque ele vive
Porque Ele vive
Deus enviou seu Filho amado
Pra perdoar, pra me salvar.
Na cruz morreu por meu pecado,
Mas ressurgiu e vivo com o Pai está.
Porque Ele vive, posso crer no amanhã.
Porque Ele vive, temor não há.
Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida
Está nas mãos de meu Jesus, que vivo está.
E quando, enfim, chegar a hora
Em que a morte enfrentarei,
Sem medo, então, terei vitória:
Irei à Glória, ao meu Jesus que vivo está.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

PÁSCOA 2011 - A PLACA DA IRONIA


A PLACA DA IRONIA

“Era a hora terceira quando o crucificaram. E, por cima, estava, em epígrafe, a sua acusação: O Rei dos Judeus” (Mc 15:25-26)

            Sempre que chega o período da Páscoa, meditamos com mais dedicação acerca da crucificação daquele que morreu para salvar o mundo.
            Era comum colocar na cruz de um criminoso o motivo que o levava à condenação. Com Jesus não foi diferente. Acima de sua cabeça colocaram uma placa escrita em três idiomas com a seguinte expressão: “REI DOS JUDEUS”.
            Até hoje não conheço nenhum código penal que condene um rei a ser morto, exceto quando se trata de um rei de outro povo inimigo. Jesus não pertencia a um povo inimigo dos judeus. Muito pelo contrário, Jesus era judeu, mas nem isso impediu a sua condenação.
             Ao longo do ministério terreno de Jesus, o acusaram de muitas coisas: de expulsar demônios em nome do Diabo (Mt 12:24); de blasfemar contra o templo (Mt 27:40); de se assentar com pecadores (Lc 19:7); de violar o sábado (Mt 12:10), enfim, eram tantos motivos que poderiam ser entalhados na placa que continha a sua acusação, porém a expressão “REI DOS JUDEUS” era a única que não configurava nenhum crime (não obstante as outras acusações também serem falsas).
Manobras políticas e conchavos garantiram que Jesus, mesmo sendo inocente, fosse crucificado. O que os judeus talvez não contassem foi que todas as manobras para condenar Jesus terminassem resumidas em uma ironia contra eles mesmos.
Na verdade, a expressão da epígrafe apresentava não a condenação de Jesus, e sim a condenação do povo que o crucificava. Jesus morria pelas mãos de um povo que deveria aclamá-lo rei de suas vidas. Jesus morreu pelas mãos de um povo que não queria ser governado.
O mais lamentável de toda essa ironia é que hoje muitos que se dizem crentes em Cristo Jesus, que dizem que Jesus é o rei de suas vidas não permitem que ele governe como Senhor. No fim das contas, a placa com a inscrição “REI DOS CRISTÃOS” que muitos carregam sobre suas cabeças, não passa de mais uma ironia.
Que esta Páscoa seja a Páscoa em que colocamos abaixo todas as ironias, assumindo o propósito de fazer Jesus verdadeiramente “REI DE NOSSAS VIDAS”.
Pr. Edivaldo Rocha

A PLACA DA IRONIA