terça-feira, 22 de outubro de 2013

A VIGILÂNCIA DE DEUS



Pr. Edivaldo Rocha
“Por que dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está escondido do SENHOR, e o meu direito passa despercebido ao meu Deus? Não sabes? Não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos confins da terra, não se cansa nem se fatiga? O seu entendimento é insondável. Ele dá força ao cansado e fortalece o que não tem vigor” Is 40:27-29.
        Eu sempre achei interessante a qualidade da fé do povo de Israel. Se dermos uma olhada rápida no livro dos juízes, poderemos constatar que do ponto de vista espiritual, o povo de Israel vivia em altos e baixos (a verdade é que eram mais baixos que altos). É fácil percebermos que o povo vinha caminhado até bem, mas bastava alguém incitar ao erro que não demorava muito, povo desandava em sua fé.
        A pessoa do líder era sobremaneira responsabilizada pelo sucesso ou insucesso espiritual da nação. Se um líder era temente a Deus, este fazia de tudo para manter o povo neste caminho e para isso se desgastava demais. Porém, quando o líder não era temente a Deus, não precisava de muito esforço e não precisava incitar duas vezes, pois o povo corria de braços abertos para o pecado.
        O que é lamentável nesse panorama todo é ver o fato de um povo que não aprendeu com sua própria história. Falo isso, pois se lermos o salmo 139 de autoria do rei Davi, constataremos em sua exposição poética que não importa onde estejamos, Deus sempre contemplará os nossos passos. Resumidamente o salmista destaca:
Tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; conheces de longe o meu pensamento. Examinas o meu andar e o meu deitar; conheces todos os meus caminhos. Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu, SENHOR, já a conheces toda. Tu estás ao meu redor e sobre mim colocas a tua mão. Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado demais para que eu possa alcançá-lo. Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua presença? Se eu subir ao céu, lá tu estás; se fizer a minha cama nas profundezas, tu estás ali também. Se tomar as asas da alvorada, se habitar nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará, e a tua mão direita me sustentará. Se eu disser: As trevas me encobrirão e a luz ao meu redor se transformará em escuridão; até mesmo as trevas não serão escuras para ti, mas a noite brilhará como o dia; pois as trevas e a luz são a mesma coisa para ti” Sl 139:1-12.
        Davi compôs esse salmo por volta do ano 1000 a.C. e com apenas duzentos e poucos anos, o profeta Isaías já estava precisando perguntar às pessoas da nação de Israel se eles não sabiam que Deus via e sabia de todas as coisas (Is 40:28).
        O povo murmurava de tal forma como se Deus fosse surdo. A nação se entregava de tal forma ao pecado, como se Deus fosse cego. A verdade é que nada escapa dos olhos do Senhor. Mas se nada escapa, precisamos no mínimo responder uma pergunta: se nada escapa dos olhos de Deus, por que ele então não se apressa em nos socorrer?
        Sei que muitos que estão aqui hoje já fizeram ou tentaram responder essa pergunta que só tem uma resposta: Deus virá em nosso socorro quando ele achar que deve, ou seja, no momento certo.
        E talvez nesse momento, você queira me jogar na parede, e me segurar pelo colarinho e perguntar: e até Deus achar que é o momento certo, o que eu faço?
        Essa com certeza não deixa de ser uma pergunta justa, pois só há uma coisa a fazer quando nos encontramos em uma situação crítica. Ou seja, quando passamos por uma tribulação, por uma prova, por uma situação de sofrimento, quando já apostamos todas as nossas fichas e ainda assim permanecemos no olho do furacão, a única coisa a fazer é sobreviver, a única coisa a fazer é resistir e suportar.
        Quando o apóstolo Paulo escreveu a sua primeira carta aos cristãos de Corinto, ele disse que “não veio sobre vós nenhuma tentação que não fosse humana. Mas Deus é fiel e não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir. Pelo contrário, juntamente com a tentação providenciará uma saída, para que a possais suportar” (1ª Co 10:13).
        E ele continua dizendo “Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1ª Co 10:14).
        Meus queridos irmãos, vocês sabem por que o apóstolo Paulo, após falar que não vem tentação além daquelas que podemos suportar, ele mencionou a necessidade de fugir da idolatria? Porque é muito comum no momento de desespero, nós apelarmos para qualquer coisa. E nessa apelação, pecarmos pela idolatria ou pela falta de fé.
        Era isso que estava acontecendo com o povo de Israel na época do profeta Isaías. Por conta das más escolhas que a nação como um todo havia feito, o povo estava amargando as consequências de uma vida afastada de Deus. Certa vez, uma moça da sala dos jovens ilustrou uma situação desse tipo dizendo: se não aprendermos a nadar em águas tranquilas, quando chegar as águas tumultuosas é que não aprenderemos mesmo. O que isso quer dizer no que se refere ao nosso relacionamento com o Senhor? Quer dizer que se não aprendermos a confiar no Senhor quando passamos pelos bons momentos da vida, nas dificuldades será muito mais difícil.
        Isso não quer dizer que se por acaso buscarmos a Deus só nas dificuldades, ele nos virará as costas. O que eu quero dizer é que quem treina nado com Deus em águas tranquilas terá certa experiência quando chegarem as águas turbulentas.
Por não buscarmos a Deus no momento oportuno, ficamos mais propensos a tentar resolver as coisas do nosso jeito e com isso nos afundamos mais e mais. O povo de Israel é um trágico exemplo disto que acabo de falar. Quando achavam que Deus estava demorando em resolver as suas petições, eles apelavam para ídolos, apelavam para outros cultos e facilmente se desviavam dos caminhos estabelecidos pelo Senhor.
O profeta Isaías é muito honesto quando apresenta a sua mensagem e reconhece que não é fácil passar por situações onde as nossas forças parecem se esgotar; não é fácil lidar com a enfermidade; não é fácil lidar com o desemprego; não é fácil se sentir impotente diante dos problemas familiares. Quem aqui nunca se sentiu impotente diante de uma crise no casamento? Quantos aqui não ficaram sem saber o que fazer e o que falar para resolver os problemas com os filhos? Quando parece que tudo que tentamos é inadequado. Como ficamos angustiados ao perceber que o nosso salário não é mais suficiente para quitar as contas mensais; e mais angustiados ainda quando não dispomos sequer de um salário.
Isaías reconhece que nem sempre conseguimos perceber de imediato os projetos de Deus em nossas vidas e que no meio da caminhada é comum nos sentirmos fracos e abandonados. É por essa razão que o profeta conforta e anima o povo de Deus dizendo: “Ele dá força ao cansado e fortalece o que não tem vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços cairão, mas os que esperam no SENHOR renovarão suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fatigarão” (Is 40:29-31).
O profeta Isaías com essas palavras estava convocando o povo a manter-se fiel a Deus; com essas palavras, o porta-voz do Senhor desafiou o povo a mais um ato de fé e confiança; com essas palavras, ele declarou que Deus estava presente junto ao povo, juntos aos seus filhos,e hoje, está presente junto a nós.
É por essa razão que dizemos: não permita que as adversidades frustrem a fé que você tem em Deus, porque a fé é a única coisa que nos mantém de pé quando os demais recursos falham. É essa fé que mantém viva a chama da esperança em nossos corações e nos faz ter a certeza que Deus está no controle de tudo. Amém!
http://www.youtube.com/watch?v=1uEvXoG3zA8