segunda-feira, 31 de março de 2014

ENFIM, PODEREI SENTAR DEBAIXO DE UMA ÁRVORE SEM SENTIR MEDO



Pr. Edivaldo Rocha

“Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas no curral, como rebanho no meio do seu pasto; farão estrondo por causa da multidão dos homens. Aquele que abre o caminho subirá diante deles; eles atravessarão, entrarão pela porta e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente [...] Nos últimos dias acontecerá que o monte do templo do SENHOR será estabelecido como o monte mais alto e se elevará sobre as montanhas, e os povos irão a ele. Muitas nações irão e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR e ao templo do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, para que andemos nas suas veredas; porque a lei sairá de Sião, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas converterão as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua videira e da sua figueira, e ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR dos Exércitos disse isso.” Mq 2:12-13 e 4:1-4.

         Gosto muito da versão bíblica em que diz acerca do verso quatro “e todo homem poderá sentar-se debaixo de sua figueira e debaixo de sua videira e não sentirá mais medo”.
         Quero compartilhar com vocês, igreja e amigos que nos visitam, uma palavra que me enche de esperança, pelo fato de saber que Deus cuida de seu povo.
O profeta Miqueias atuou em Israel na mesma época do profeta Isaías. Muito do que vemos no livro do Profeta messiânico, Isaías, vemos também no livro deste outro profeta. A primeira vez que fui impactado por essa passagem que acabo de ler foi justamente quando pesquisava o sermão proferido pelo pastor Martin Luther King jr., intitulado Eu tenho um sonho.
         Ter um sonho na época em Luther King proferiu o sermão que destaquei era uma coisa para poucos. Naquela época as coisas estavam difíceis, mas mesmo assim aquele pastor disse que mesmo contemplando tanta miséria, ele ainda tinha um sonho. Ele continuou dizendo que quando a gente deixa de sonhar, a gente perde a esperança e a esperança é o que faz a gente continuar sempre em frente, apesar dos pesares (para quem tem interesse, compartilho o link do texto < http://www.dhnet.org.br/desejos/sonhos/dream.htm> ).
         Miqueias pregou em uma época que rumores de invasão pairavam sobre o povo. As pessoas estavam dispersas e ninguém se sentia seguro em áreas abertas. O medo parecia tomar conta do cotidiano do povo de tal forma que muitos se sentiram perdidos em sua própria terra.
         O medo é uma sensação curiosa. Geralmente essa sensação é ativada em situações de grande perigo. Diante de algum perigo é comum alguns correrem e outros ficarem totalmente imóveis. Lembro-mE que, certa vez, em uma noite de fim de ano, eu e mais dois colegas estávamos sentados na escadaria em frente às nossas casas. Na entrada da rua apareceu um homem segurando algo que parecia uma arma. Prontamente ficamos em pé e na medida em que o estranho subia, eu e outro colega nos afastamos alguns metros, enquanto o outro amigo ficou bem em frente à sua casa, o local que estávamos inicialmente. De repente, o estranho empunhou o que achávamos que era uma arma e foi então que toquei no ombro do menino que estava comigo e gritei: CORRE!!! Rapidamente adentrei na casa de uma visinha que ouviu meu grito e saia para ver o que estava acontecendo e o menino que estava em frente à sua própria casa correu para chamar o seu pai. Depois de alguns minutos, resolvi sair para ver se já havia passado o perigo e descubro que o garoto para quem eu tinha dito para correr, tinha ficado imóvel, paralisado no mesmo local. Ele travou no lugar onde estava. O garoto que correu para dentro de sua casa passou tão rápido pelo terraço que seu pai acabara de fazer o piso que nem uma marca do pé ficou. E o que parecia ser uma arma na verdade era uma capanga (um tipo de carteira grande para homens), e o estranho que vinha no escuro era o tio de um dos garotos.
         Fora essas situações inusitadas, há também situações de perigo real que levam as pessoas a saltarem de prédios em chamas, reagirem assaltos, dentre outros. Há também o medo oriundo não de situações de perigo como um incêndio, uma pessoa armada, ou um animal raivoso, há medos que surgem das situações que vivemos e passamos. Por exemplo, quando uma empresa tem prejuízo em seu faturamento, os funcionários ficam com medo de perder seus empregos; quando os filhos somem de casa, os pais sentem medo da possibilidade de ver seus filhos envolvidos com traficantes; quando não conseguimos mais dialogar dentro de casa, há um medo de perdemos nossas famílias; quando as provações são pesadas, sentimos o medo de sermos tragados pelas dificuldades.
         Se isso já não fosse demais, ainda temos que lidar com as ações impensadas, resultadas do medo que muitas vezes sentimos.
         O medo de não conseguir arcar com as despesas do mês faz muitas pessoas recorrerem a agiotas e empréstimos bancários sem fim. O medo se perder alguém gera, em alguns casos, uma submissão doentia. O medo de lidar verdadeiramente com os problemas leva a fuga que muitas vezes se aloja no vício do álcool e outras drogas.
         O medo pode gerar o pânico; o medo piora a depressão; nos afasta do convívio com as pessoas; o medo causa até o desespero – e isso não é nada mais nada menos ações extremistas causadas pela falta de esperança. O medo mata o sonho.
         Foi por enxergar essas coisas no meio do povo de Israel que o profeta trouxe a palavra do Senhor, dizendo: “Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas no curral, como rebanho no meio do seu pasto [...] entrarão pela porta e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente”.
         Quantas vezes não percebemos as ovelhas do Senhor dispersas, sem um rumo na vida; quantas vezes por medo de serem rejeitadas ou acusadas não contemplamos pessoas se isolando e alimentando frustrações; quantas vezes não vemos um irmão ou uma irmã que ao se sentir abandonado (a) revela em seu olhar um medo alojado em seu coração.
São nessas horas que precisamos olhar para Palavra de Deus e enxergar que quando falta orientação, o próprio Deus se responsabiliza para ajuntar o seu povo novamente. O desejo do Senhor é que todos sejam rebanho do seu pastoreio, que todos sejam suas ovelhas. Para isso só é necessário ouvirmos quando ele chamar.
E agora você tem aquela pergunta que não quer calar: e os problemas se acabaram? As crises foram resolvidas? Os perigos foram dissipados? A resposta é não! Na maioria dos casos os problemas, as crises e os perigos continuarão onde sempre estiveram, mas com uma grande diferença: a intervenção de Deus.
Há muita gente pregando por aí que quando uma pessoa se converte, automaticamente, tudo que é negativo em sua vida desaparece. Sabe o que acontece com uma pessoa que dá crédito a uma mensagem como esta; com pouco tempo, o problemas batem à porta e todas as crises emocionais que outrora haviam voltam com eles. É por essa razão que há muita gente decepcionada com as igrejas de um modo geral.
Há muita gente sendo enganada, porque na verdade Deus não disse que seria sombra e água fresca (lembram que na última quarta-feira eu disse que isso não existia), o que Deus prometeu é que estaria conosco em todo momento.
É nesse ponto que temos uma grande diferença, descrita na outra parte do texto que destacamos no início: “Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas converterão as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua videira e da sua figueira, e ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR dos Exércitos disse isso.”
Sabe o que este texto quer dizer? Que quando as pessoas buscarem a Deus, elas transformaram as suas lanças em enxadas e os seus arcos em arados, ninguém se levantará contra seu próximo e você poderá sentar-se debaixo de uma árvore e o medo não te incomodará, porque você tem uma coisa que só os filhos de Deus têm: paz de espírito. Às vezes é só isso que precisamos.
*    Música: A Esperança é Jesus – Alessandra Samadelo
Há muitas pessoas que estão procurando soluções mirabolantes para seus problemas. Há muitas pessoas que para enfrentar os dissabores da vida basta ter muito dinheiro. Há pessoas que procuram respostas para perguntas que elas não sabem nem ao certo se são relevantes. O que essas pessoas, desconhecem é que quando temos a paz que Jesus nos oferece, as coisas encontram sentido, porque a paz de Jesus fortalece o nosso espírito e nos dá a certeza que Deus está conosco.
Meu querido amigo, eu não conheço o seu coração, a sua vida, mas deixe-me fazer uma pergunta: você está se sentindo em paz? Você tem esperança? A paz e a esperança estão em Jesus, você quer experimentá-las? Diga sim, ao convite de Deus!