terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ANIVERSÁRIO DA SHB DA IGREJA BATISTA EM COMPORTAS


CRISTO ACIMA DE TUDO (1º DIA)
*Pr. Edivaldo Rocha

            Para mim é uma honra poder participar com vocês desse culto em louvor a Deus por mais um ano da União Masculina desta igreja, principalmente diante de uma divisa tão significativa como a do Livro de Atos 4:12, a qual quero recitar em uníssono com todos vocês.
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Quando lemos uma passagem bíblica como essa é comum procurarmos o contexto, no qual ela foi proferida, bem como quem a proferiu. Porque dependendo de quem pronunciou e onde, o significado de um certo versículo poderia variar consideravelmente.
Suponhamos que tivesse sido Herodes, quem pronunciou essa frase, então qual seria o significado? Seria uma ironia, considerando que Herodes foi um dos responsáveis pela morte de Cristo. É claro que não foi Herodes ou outro ímpio que proferiu essa verdade bíblica, mas um discípulo de nome Pedro. E qual era o contexto que gerou essa frase, qual era o cenário do momento? O cenário era um tribunal, que reuniu-se para julgar dois discípulos de Jesus, Pedro e João, por terem realizado um milagre em nome de Deus.
            A história dessa frase começa em um dia em que Pedro e João, às 15 horas do dia, se dirigem ao templo, a fim de orar. Na porta do templo havia um deficiente físico que suplicou alguma esmola. Até aquele momento, aquele homem não imaginava o que estava para acontecer. Pedro e João se dirigiram até o deficiente que pedia esmolas quando e este que pensava que iria receber uma moeda de bronze, ou quem sabe até uma de prata, foi surpreendido com uma frase desanimadora “Eu não tenho prata nem ouro” (At 3:6a). Mas antes que ele pudesse processar essa informação, outra coisa foi oferecida “mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (At 3:6b). O verso seguinte conta que o homem que era deficiente se pôs em pé em um salto e começou a glorificar a Deus. Fato que chamou a atenção de todos que estavam no recinto, então tomando da palavra o apóstolo Pedro começou a falar para as pessoas que aquilo foi possível por conta de um nome, Jesus, o Nazareno.
            Tentem imaginar o alvoroço e alegria que não tomaram conta daquele lugar, pois Deus acabara de realizar um milagre. O que aconteceu depois? Pedro e João foram presos. Enquanto passou a noite na prisão, Pedro teve tempo suficiente para com João compor um a defesa que tinha como tese central a divisa que acabamos de ler:
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Ainda pouco eu disse a vocês que dependendo do contexto e de quem fala determinada expressão, essa poderia ter vários significados. Mas permitam-me completar, pois tais expressões podem ter vários significados para quem ouve quanto para quem profere.
            Quem proferiu essa divisa, nós já sabemos que foi o apóstolo Pedro, mas quem foi Pedro até aquele dia em que proferiu isso?
            Convido vocês a acompanharem comigo, não uma biografia de Pedro, mas um caminhar progressivo até este dia em que estava sendo julgado. E como referência inicial, quero convidá-los a recordar do dia em que Pedro estava com os outros discípulos e Jesus, celebrando o que ficou conhecido como A Última Ceia.
            Os evangelhos narram que o evento da última ceia foi seguido de um momento em que Jesus se dirige para o Getsmani, a fim de orar.
Ele leva consigo Pedro, Tiago e João. Nessa ocasião Judas vêm ao seu encontro com os soldados e com um beijo o entrega nas mãos das autoridades as quais queriam prendê-lo. Então um dos discípulos, que ali estavam (os estudiosos apontam que foi Pedro), sacou a espada e cortou a orelha de um dos soldados. Provavelmente, Pedro queria decepar-lhe a cabeça, mas por agilidade do soldado em se esquivar cortou-lhe apenas a orelha. Jesus o repreende e faz uma cirurgia de reconstituição da orelha do soldado.
            Em seguida, Jesus é levado preso e os discípulos os seguem de longe. O que Pedro não contava era que alguém o reconheceria como servo de Jesus. Quando uma criada o questiona acerca se ele era seguidor de Jesus, o que Pedro faz? Ele nega. Uma vez? Não, mas três vezes. Já amanhecendo, o galo cantou e Pedro lembrou do que Jesus disse e chorou amargamente.
            Convém aqui fazermos uma pergunta: por que Pedro chorou?
Pedro chorou, pois pensou que por um instante pudesse salvar a sua própria...
“Mas não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Pedro pensou que por um instante poderia salvar a sua vida por meio da espada. Depois de fracassar com a espada, pensou que poderia salvar a sua vida por conta própria e então nega o fato de conhecer a Jesus. Quando aquele galo cantou; quando Jesus olhou para ele olho no olho, mesmo à distância, Pedro percebeu que não há salvação em nenhum outro a não ser em Jesus, o filho de Deus.
            Jesus foi julgado, crucificado, morreu e ressuscitou. E Pedro aprendeu definitivamente que em nenhum outro há salvação.
            O livro dos Atos dos Apóstolos mostra o início da trajetória da igreja depois da ascensão de Jesus aos céus. O livro começa narrando a vida de Pedro que dá uma verdadeira profissão de fé, não obstante oferecer o padrão de Deus para a mensagem cristã: as mais valiosas lições de homilética (ciência da pregação) estão nos primeiros discursos de Pedro, vejamos o foco dos discursos de Pedro.
            Logo no capítulo 2 de Atos, verso 14, Pedro faz o seu primeiro discurso depois da ascensão de Jesus e notem como ele se estrutura. Lembremos que um pouco antes, houve a descida do Espírito Santo sobre todos os justos e piedosos que estavam na Festa do Pentecostes.
·         V. 14-15 – introduz com o fato que acabara de acontecer – descida o E. S.;
·         V. 16-21 – Pedro lança mão de uma passagem bíblica do A.T. para dar base ao seu discurso ( Jl 2:28-32);
·         V. 22-24 – Pedro discorre sobre o tema;
·         V.25-28 – ilustra com uma poesia – o Sl 16:8-11 (salmos são poesias cantadas);
·         V. 29-32 – Pedro contextualiza ilustração e volta ao tema;
·         V. 33- 36 – Pedro usa uma forma de conclusão que chamamos na homilética de conclusão remissiva, pois vem resgatando a introdução, a ilustração e enfatiza novamente o tema, que no caso dessa mensagem foi, Deus fez de Jesus Senhor e Cristo.
O verso 37 desse capítulo 2 de Atos, mostra que nem precisou convite, para que quase três mil almas se convertessem.
No capítulo 3 sucede a cena que gerou a prisão dos discípulos: Pedro e João se dirigem ao templo e na entrada curam, em nome de Jesus, um deficiente físico. Depois desse milagre, Pedro novamente toma a palavra e dirige mais um discurso às pessoas. Notem novamente a mesma estrutura homilética.
·         V. 11-12 – Pedro lança mão de uma situação ocorrida – o milagre na porta do templo;
·         V. 13 – Pedro relembra do nome dos patriarcas do A.T. para dar base ao seu sermão;
·         V. 14-15 – Pedro relaciona o nome dos patriarcas com o nome de Jesus, conduzindo os ouvintes à lembrança da crucificação;
·         V. 16 – Pedro mostra o seu tema central: Jesus, a quem muitos rejeitaram, é o nome responsável pelo milagre;
·         V. 17-21- ele discorre sobre o tema;
·         V. 22-23 – Pedro recita mais uma passagem do A.T. Dt 18:15, 16 e 18;
·         V. 24 – aparece a ilustração que relaciona a passagem de Dt com as profecias e vida de Jesus.
·         V. 25 – Pedro, na conclusão remissiva, laça mão do exemplo dos patriarcas e a aliança com eles feita Gn 22:18, para concluir deixando claro que esse Jesus foi o mesmo que os homens crucificaram, mas que Deus o ressuscitou dentre os mortos.
Por esse milagre, seguido de um discurso, Pedro e João foram presos. Os discípulos chegaram ao templo por volta das três da tarde. Calculemos que o milagre, o alvoroço, o discurso, a chegada dos guardas, o prende, não prende levou mais umas três horas, detalhes que nos levam a crer que já eram seis da noite. Os soldados sem querem incomodar os membros do tribunal acharam por bem, deixar os dois pregadores na cadeia até o amanhecer.
 Durante a noite na cadeia Pedro e João prepararam a sua defesa. E mais uma vez percebemos a mesma estrutura de mensagem, só que dessa vez mais sintética, pois o tempo para defesa era limitado:
·         V. 9 - Pedro fala do fato ocorrido, o milagre e da alegria do povo– introdução básica;
·         V. 10 – tema central – Jesus, o crucificado, é filho de Deus que realizou milagres;
·         V. 11 – Pedro discorre sobre o tema lançando mão do Sl 118:22 para dar base – érdra angular;
·         V. 12 – Pedro conclui (essa mensagem não precisava ser remissiva por conta do tempo) com a reafirmação do tema:
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Meus queridos ouvintes, eu falei dessas coisas para vocês hoje, porque estamos vivendo dias em que muitos pregadores não estão fazendo de Jesus o artista principal de suas mensagens. Jesus parece mais um mero figurante. que mal aparece no filme.
            Em vez de pregarem a Jesus, os pregadores estão apresentando mensagens de autoajuda. E às vezes só de ajuda, pois a autoajuda pressupões que o indivíduo sozinho consiga resolver o seu problema. Mas essa ajuda oferecida, causa uma dependência daquele que oferece. Ou seja, aquele oferece é que domina a situação e nunca o que recebe.
 Muitos estão dizendo, venham para minha igreja que eu vou orar para amarrar, para soltar, para repreender, para abençoar, etc., as pessoas hoje oferecem nas igrejas ajudas das mais diversas, mas esquecem-se de oferecer a salvação que está em Cristo Jesus.
            Meu querido ouvinte, o pastor Malafaia, o missionário R.R. Soares, o bispo Edir Macedo, o apóstolo Valdomiro, até o pastor Edivaldo só podem oferecer ajuda. Mas o que realmente o ser humano, o que realmente você precisa é de Salvação, perdão dos pecados, e isso, você só vai encontrar em Jesus.
            Pedro pensou que pela espada ou por seus próprios esforços ele seria salvo, mas o canto do galo, o olhar de seu mestre, o fizeram lembrar, que só em Jesus há salvação.
            É por isso que o tema do primeiro discurso de Pedro era Jesus; o tema do seu segundo discurso era Jesus; o tema de sua defesa diante do Sinédrio era...
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.”

            Você pode até ter ouvido muitas mensagens que propõem ajudas e por falta de conhecimento da Palavra de Deus, você pode achar que essa ajuda é o máximo que o Senhor tem para te oferecer: uma ajuda qualquer um pode dar, e não precisa nem sequer ser pastor ser pastor, mas a salvação, essa só Jesus tem. Responda-me uma coisa nessa noite: você ainda vai querer sair da levando uma ajuda, um apoio moral, ou a Salvação de Cristo Jesus?

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