Pr. Edivaldo Rocha
“Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante
de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas no curral, como rebanho
no meio do seu pasto; farão estrondo por causa da multidão dos homens. Aquele
que abre o caminho subirá diante deles; eles atravessarão, entrarão pela porta
e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente [...] Nos
últimos dias acontecerá que o monte do templo do SENHOR será estabelecido como
o monte mais alto e se elevará sobre as montanhas, e os povos irão a ele.
Muitas nações irão e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR e ao templo do
Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, para que andemos nas suas
veredas; porque a lei sairá de Sião, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Ele
julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas
converterão as suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras;
uma nação não levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a
guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua videira e da sua figueira, e
ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR dos Exércitos disse isso.” Mq
2:12-13 e 4:1-4.
Gosto
muito da versão bíblica em que diz acerca do verso quatro “e todo homem poderá sentar-se debaixo de sua figueira e debaixo de sua
videira e não sentirá mais medo”.
Quero
compartilhar com vocês, igreja e amigos que nos visitam, uma palavra que me
enche de esperança, pelo fato de saber que Deus cuida de seu povo.
O profeta Miqueias atuou em Israel na
mesma época do profeta Isaías. Muito do que vemos no livro do Profeta
messiânico, Isaías, vemos também no livro deste outro profeta. A primeira vez
que fui impactado por essa passagem que acabo de ler foi justamente quando
pesquisava o sermão proferido pelo pastor Martin Luther King jr., intitulado Eu tenho um sonho.
Ter
um sonho na época em Luther King proferiu o sermão que destaquei era uma coisa
para poucos. Naquela época as coisas estavam difíceis, mas mesmo assim aquele
pastor disse que mesmo contemplando tanta miséria, ele ainda tinha um sonho.
Ele continuou dizendo que quando a gente deixa de sonhar, a gente perde a
esperança e a esperança é o que faz a gente continuar sempre em frente, apesar
dos pesares (para
quem tem interesse, compartilho o link do texto < http://www.dhnet.org.br/desejos/sonhos/dream.htm> ).
Miqueias
pregou em uma época que rumores de invasão pairavam sobre o povo. As pessoas
estavam dispersas e ninguém se sentia seguro em áreas abertas. O medo parecia
tomar conta do cotidiano do povo de tal forma que muitos se sentiram perdidos
em sua própria terra.
O
medo é uma sensação curiosa. Geralmente essa sensação é ativada em situações de
grande perigo. Diante de algum perigo é comum alguns correrem e outros ficarem
totalmente imóveis. Lembro-mE que, certa
vez, em uma noite de fim de ano, eu e mais dois colegas estávamos sentados na
escadaria em frente às nossas casas. Na entrada da rua apareceu um homem
segurando algo que parecia uma arma. Prontamente ficamos em pé e na medida em
que o estranho subia, eu e outro colega nos afastamos alguns metros, enquanto o
outro amigo ficou bem em frente à sua casa, o local que estávamos inicialmente.
De repente, o estranho empunhou o que achávamos que era uma arma e foi então que
toquei no ombro do menino que estava comigo e gritei: CORRE!!! Rapidamente
adentrei na casa de uma visinha que ouviu meu grito e saia para ver o que
estava acontecendo e o menino que estava em frente à sua própria casa correu
para chamar o seu pai. Depois de alguns minutos, resolvi sair para ver se já havia
passado o perigo e descubro que o garoto para quem eu tinha dito para correr,
tinha ficado imóvel, paralisado no mesmo local. Ele travou no lugar onde
estava. O garoto que correu para dentro de sua casa passou tão rápido pelo
terraço que seu pai acabara de fazer o piso que nem uma marca do pé ficou. E o
que parecia ser uma arma na verdade era uma capanga (um tipo de carteira grande
para homens), e o estranho que vinha no escuro era o tio de um dos garotos.
Fora
essas situações inusitadas, há também situações de perigo real que levam as
pessoas a saltarem de prédios em chamas, reagirem assaltos, dentre outros. Há
também o medo oriundo não de situações de perigo como um incêndio, uma pessoa
armada, ou um animal raivoso, há medos
que surgem das situações que vivemos e passamos. Por exemplo, quando uma
empresa tem prejuízo em seu faturamento, os funcionários ficam com medo de
perder seus empregos; quando os filhos somem de casa, os pais sentem medo da
possibilidade de ver seus filhos envolvidos com traficantes; quando não
conseguimos mais dialogar dentro de casa, há um medo de perdemos nossas famílias;
quando as provações são pesadas, sentimos o medo de sermos tragados pelas
dificuldades.
Se
isso já não fosse demais, ainda temos que lidar com as ações impensadas,
resultadas do medo que muitas vezes sentimos.
O
medo de não conseguir arcar com as despesas do mês faz muitas pessoas
recorrerem a agiotas e empréstimos bancários sem fim. O medo se perder alguém
gera, em alguns casos, uma submissão doentia. O medo de lidar verdadeiramente
com os problemas leva a fuga que muitas vezes se aloja no vício do álcool e
outras drogas.
O medo pode gerar o pânico; o medo piora a
depressão; nos afasta do convívio com as pessoas; o medo causa até o desespero
– e isso não é nada mais nada menos ações extremistas causadas pela falta de
esperança. O medo mata o sonho.
Foi
por enxergar essas coisas no meio do povo de Israel que o profeta trouxe a
palavra do Senhor, dizendo: “Certamente
te ajuntarei todo, ó Jacó; por certo congregarei o restante de Israel; eu os colocarei todos juntos, como ovelhas
no curral, como rebanho no meio do seu pasto [...] entrarão pela porta e
sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR à sua frente”.
Quantas vezes não percebemos as ovelhas
do Senhor dispersas, sem um rumo na vida; quantas vezes por medo de serem
rejeitadas ou acusadas não contemplamos pessoas se isolando e alimentando
frustrações; quantas vezes não vemos um irmão ou uma irmã que ao se sentir
abandonado (a) revela em seu olhar um medo alojado em seu coração.
São
nessas horas que precisamos olhar para Palavra de Deus e enxergar que quando
falta orientação, o próprio Deus se responsabiliza para ajuntar o seu povo
novamente. O desejo do Senhor é que todos sejam rebanho do seu pastoreio, que
todos sejam suas ovelhas. Para isso só é
necessário ouvirmos quando ele chamar.
E agora você tem aquela pergunta que não quer
calar: e os problemas se acabaram? As crises foram resolvidas? Os perigos foram
dissipados? A resposta é não! Na maioria dos casos os
problemas, as crises e os perigos continuarão onde sempre estiveram, mas com uma
grande diferença: a intervenção de Deus.
Há muita
gente pregando por aí que quando uma pessoa se converte, automaticamente, tudo
que é negativo em sua vida desaparece. Sabe o que acontece com uma pessoa que
dá crédito a uma mensagem como esta; com pouco tempo, o problemas batem à porta
e todas as crises emocionais que outrora haviam voltam com eles. É por essa
razão que há muita gente decepcionada com as igrejas de um modo geral.
Há muita
gente sendo enganada, porque na verdade Deus não disse que seria sombra e água fresca (lembram que na
última quarta-feira eu disse que isso não existia), o que Deus prometeu é que
estaria conosco em todo momento.
É nesse
ponto que temos uma grande diferença, descrita na outra parte do texto que
destacamos no início: “Ele julgará entre
muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes; essas converterão as
suas espadas em relhas de arado e as suas lanças em podadeiras; uma nação não
levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a guerra. Mas cada um se assentará debaixo da sua
videira e da sua figueira, e ninguém os afugentará dali, porque o SENHOR
dos Exércitos disse isso.”
Sabe o
que este texto quer dizer? Que quando as pessoas buscarem a Deus, elas
transformaram as suas lanças em enxadas e os seus arcos em arados, ninguém se
levantará contra seu próximo e você poderá sentar-se debaixo de uma árvore e o
medo não te incomodará, porque você tem uma coisa que só os filhos de Deus têm:
paz de espírito. Às vezes é só isso que precisamos.

Há muitas pessoas que estão
procurando soluções mirabolantes para seus problemas. Há muitas pessoas que
para enfrentar os dissabores da vida basta ter muito dinheiro. Há pessoas que
procuram respostas para perguntas que elas não sabem nem ao certo se são
relevantes. O que essas pessoas, desconhecem é que quando temos a paz que Jesus
nos oferece, as coisas encontram sentido, porque a paz de Jesus fortalece o
nosso espírito e nos dá a certeza que Deus está conosco.
Meu querido amigo, eu não conheço o
seu coração, a sua vida, mas deixe-me fazer uma pergunta: você está se sentindo
em paz? Você tem esperança? A paz e a esperança estão em Jesus, você quer
experimentá-las? Diga sim, ao convite de Deus!
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