domingo, 27 de fevereiro de 2011

ANIVERSÁRIO DA IGREJA BATISTA SIÃO 2° DIA


IGREJA FORTALACIDA MEDIANTE A PALAVRA DE DEUS.
*Pr. Edivaldo Rocha

Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. 11Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

Ontem ao apresentarmos essa divisa comentamos acerca das duas direções que o verso 10 nos convida a olhar: olhamos para o passado e para o futuro. Olhamos para o passado para resgatarmos as lembranças das barreiras que superamos, a fim de reunirmos forças para seguramente olharmos para frente.
          Na última visita que o pastor Davi fez a Ferreiros, ele disse algo ao longo de sua mensagem que considero conveniente resgatar nessa noite. Em meio a sua mensagem ele disse “é para frente que se anda”. Mesmo que o verso dez nos convide a olhar para trás por um momento, a direção que devemos seguir é sempre em frente. Há algumas igrejas que depois de determinado tempo acham que já chegaram ao fim de sua caminhada e para de ser produtivam. Essa é uma triste ilusão, pois o ponto de chegada da igreja é o céu. Ou seja, enquanto estamos aqui, precisamos continuar caminhando. Em que direção? Sempre em frente.
         Sei que os irmãos perceberam, mas ontem só destacamos metade da divisa, pois segunda parte eu deixei para refletirmos hoje juntamente com o tema.
         Sabem o que achei interessante nessa divisa? Os verbos. O verso 10 apresenta o verbo guardar no passado e no futuro, mas os três verbos contidos verso 11 estão todos no presente. Sabem por quê? Porque não é o passado ou o futuro que definem a realidade da igreja, e sim o seu presente, pois não adianta nada dizer: “olha, no passado nós evangelizamos; nós pregamos; nós cantamos; nós fizemos campanhas evangelísticas”. Tampouco também não adianta dizer “um dia nós sairemos; um dia nós cantaremos; um dia quem sabe nós pregaremos; quem sabe’ faremos uma campanha evangelística”. A saúde da igreja é detectada pelos verbos conjugados no presente. A igreja deve dizer “hoje nós evangelizamos; hoje nós pregamos; hoje nós realizamos campanhas evangelísticas”, porque se não for assim a igreja viverá de uma ilusão do que poderá ser no futuro, ou ficará remoendo o passado, lembrando daquilo que foi um dia. Quantas igrejas e quantos crentes não estão vivendo o seu presente apenas de lembranças passadas.
         A essa altura alguém pode perguntar, “pastor, mas não é o passado que faz a igreja adquirir experiência? E também não é o futuro que nos impulsionam a seguirmos em frente?”
Se alguém me perguntasse isso, eu diria que é verdade. Mas há dois detalhes que fazem toda a diferença: um deles é o presente, pois é ele que determina o futuro e é ele que faz com que as práticas do passado não tenham sido em vão. E outro detalhe é essa palavra, chamada experiência, que muitas vezes nos engana. E eu vou explicar isso com um trecho de uma redação de uma pessoa que estava em uma entrevista de emprego e com uma ilustração do Ex-Diretor Geral do Seminário do Norte, Dr. Merval Rosa.
A Wolksvagem do Brasil fez um processo seletivo para preenchimento de algumas vagas de emprego. Nesse processo os candidatos tinham que preencher um questionário e um dos itens desse questionário pedia uma redação com seguinte tema: “qual a sua experiência”?
            Um dos candidatos ao chegar nesse item do questionário escreveu a seguinte redação:
"Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar. Já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas. Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada. Já fiz juras eternas. Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro. Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
 Já corri pra não deixar alguém chorando. Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado. [...] Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro.
Já tremi de nervoso. Já quase morri de amor, [...] Já apostei em correr descalço na rua.
 Já gritei de felicidade. Já roubei rosas num enorme jardim. [...]
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
- "Qual sua experiência?"
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: "experiência... experiência..." Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência? Não!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!"
Agora gostaria de indagar uma pequena coisa pra quem formulou esta pergunta:

Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova.

            O candidato que escreveu esse belo texto ganhou uma vaga por sua criatividade e mostrou que profissionalmente ele não tinha experiência nenhuma.
Porém a última frase dessa redação descreve uma verdade que poucos conseguem compreender: “Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova”.

         A outra história é contada pelo antigo diretor do Seminário Teológico Batista do Brasil, no livro O ministro evangélico: sua identidade e integridade (2003. p. 106).
O Doutor Merval Rosa conta a história de um cristão que teve uma experiência gloriosa com Deus em um determinado dia.
“Esse cristão teve uma profunda experiência com Deus. E passou a narrá-la com profundo entusiasmo a todos que podia 9chamado no meio evangélico de testemunho). Na medida em que o tempo passava, como era natural, os detalhes dessa “experiência gloriosa” começaram a se modificar. Por sugestão da prudente esposa, o cristão escreveu sua “experiência gloriosa” para não alterá-la em sua essência. Os dias se passaram. Ao chegar um visitante, a história se repetia. O cidadão dizia à sua esposa: “Fulana, vai buscar minha gloriosa experiência para que eu conte ao amigo visitante”. E assim acontecia. Um dia porém, a esposa voltou com a triste notícia: “o rato comeu sua gloriosa experiência”.

            Um grande filósofo da antiguidade, chamado Heráclito da cidade de Éfeso (uma das cidades que recebeu a carta do apóstolo João), dizia que a vida “é um constante vir a ser”, que tudo se renova a cada instante. Ninguém toma um banho duas vezes no mesmo rio, porque as águas do rio se renovam. Até as pessoas mudam a cada momento, por exemplo: uma pessoa que teve três filhos. Para cada filho, essa pessoa foi um pai ou uma mãe diferente pelo aprendizado adquirido.
A experiência do crente deve também ser um constante vir a ser. Ninguém se torna experiente diante de Deus, porque um dia teve uma vivência que foi colocada num baú para ser contada a quem nos visita ao longo dos anos, mas uma pessoa pode ser considerada experiente à medida que entende que na vida tudo se renova, do mesmo modo que o nosso relacionamento com Deus precisa se renovar a cada manhã mediante a uma nova experimentação desse Deus.
Quando Deus disse a igreja em Filadélfia “conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”, ele estava falando de um cuidado que a igreja deveria ter com o seu presente.
É certo que o passado da igreja em Filadélfia foi glorioso, mas o seu presente deveria continuar a manter essa glória. A Igreja Batista Sião deve ter tido um passado glorioso, do contrário essa portas não estariam abertas. Mas se isso foi apenas uma experiência passada, o inimigo roubará essa glória.
O verso 11 do capítulo 3 do livro do Apocalipse apresenta dois avisos e uma exortação: o primeiro aviso é que o Senhor da Igreja vem sem demora e feliz será aquele que estiver vigiando quando ele chegar; o segundo, é o aviso que alguém está tentando tirar a glória – a coroa - da igreja em Filadélfia – a carta de Pedro diz que há alguém que está a espreita como um leão, rugindo, procurando a quem tragar; a exortação, é que a igreja esteja alerta; que ela mantenha sua fidelidade. O seu passado foi bonito; o seu futuro se apresentava promissor. Mas a igreja precisa entender que a realidade da igreja é marcada pela sua experimentação de Deus no tempo presente.
Não pense que esquentar banco de igreja é uma boa experiência para os dias de hoje. A experiência que deve ser levada em consideração é uma mescla de trabalho e vivência diária com Deus.
O verso oito do capítulo 3 de Apocalipse aponta que a igreja em Filadélfia era uma igreja frágil, mas essa igreja também era também uma igreja que guardava a PALAVRA DA PERSEVERANÇA, e é esta característica que a fortalecia. Porque uma igreja só pode ser fortalecida mediante a Palavra do Senhor. E esse aspecto não é só para ser vivenciado pelo pastor ou pelos dirigentes, e sim por cada crente. Amém!*


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